Lusofonia representa quase um terço das propinas do politécnico de Bragança

Politécnico de Bragança tem perto de nove mil alunos, um terço são estudantes internacionais e dois mil são da Lusofonia, particularmente de Cabo Verde, Brasil, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Importância económica da Lusofonia é um dos temas da conferência Lusoconf.

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No Politécnico de Bragança há muitos estudantes internacionais ADRIANO MIRANDA

Os estudantes oriundos de países de língua oficial portuguesa representam quase um terço das propinas do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), indicou hoje o presidente da instituição.

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Os estudantes oriundos de países de língua oficial portuguesa representam quase um terço das propinas do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), indicou hoje o presidente da instituição.

Orlando Rodrigues sublinhou “o peso significativo nas receitas” do IPB dos estudantes internacionais, que permitem “claramente equilibrar as contas, face à diminuição de alunos nacionais”.

O presidente do politécnico falava à margem da abertura da segunda conferência Lusoconf, que debate a lusofonia durante três dias na Escola Superior de Educação, nomeadamente os impactos nos dois lados nas parcerias entre a edução e os países de língua oficial portuguesa.

O politécnico de Bragança tem perto de nove mil alunos, um terço dos quais são estudantes internacionais e, destes, a esmagadora maioria da Lusofonia, cerca de dois mil estudantes, particularmente de Cabo Verde, Brasil, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

“Esses alunos, face à diminuição de alunos nacionais, permitem claramente equilibrar as contas porque as propinas de alunos internacionais são muito mais altas do que de alunos nacionais”, salientou o presidente do IPB.

Os alunos internacionais representam “um pouco mais de um terço das propinas” e os outros dois terços são divididos entre alunos da região transmontana e de outros pontos de Portugal.

Segundo Orlando Rodrigues, também nos países de origem dos alunos lusófonos “já se sente o impacto da qualificação dos jovens, em particular em Cabo Verde”, país com o qual o IPB tem uma relação “com parcerias com as câmaras municipais”. “A quantidade de quadros que nós já formamos, em Cabo Verde começa a ser muito significativa e isso tem peso na economia de Cabo Verde, também e daí que o IPB seja hoje a instituição mais popular em Cabo Verde”, declarou.

Em São Tomé e Príncipe “também há muita gente a trabalhar formada” pelo IPB, ao nível de mestrados ou quadros em higiene e segurança alimentar. Com Angola, o politécnico de Bragança tem “uma relação muito estreita”, nomeadamente com o Instituto de Kuanza Sul para o qual tem formado professores.

A importância económica da Lusofonia é um dos temas da conferência Lusoconf que durante três dias discute também, em Bragança, a língua portuguesa e a importância da população e dos países lusófonos no mundo. A conferência é organizada pelo politécnico e pela Câmara de Bragança, que nos últimos anos tem apoiado várias iniciativas relacionadas com a temática como os colóquios da Lusofonia ou o prémio literário Adriano Moreira destinado a falantes da língua portuguesa, que será entregue, pela primeira vez, na sexta-feira.

Para o presidente da Câmara, Hernâni Dias, “esta presença da comunidade lusófona é extremamente relevante também na componente económica”, já que “10% da população residente na cidade é de fora”. “Nós teremos de aproveitar esta capacidade dos nossos residentes provenientes dos PALOP porque são seguramente um bom activo no que tem a ver com a componente económica”, considerou.

O autarca entende que “o município, o politécnico e a própria comunidade brigantina têm sabido interpretar de forma positiva esta relação que existe com esta comunidade”.