CDS prepara-se para conselho nacional tenso

Assunção Cristas deverá renunciar a lugar de deputada na Assembleia da República,

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Assunção Cristas Nelson Garrido / PUBLICO

Com uma hecatombe eleitoral nas legislativas, o CDS deverá marcar esta quinta-feira o próximo congresso para Janeiro, numa reunião do conselho nacional que se prevê tensa. Assunção Cristas já anunciou que sairá de cena (e também deverá renunciar ao lugar de deputada no Parlamento), mas alguns conselheiros nacionais vão pedir responsabilidades pela estratégia adoptada pela direcção. A reunião pode tornar-se num ajuste de contas.

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Com uma hecatombe eleitoral nas legislativas, o CDS deverá marcar esta quinta-feira o próximo congresso para Janeiro, numa reunião do conselho nacional que se prevê tensa. Assunção Cristas já anunciou que sairá de cena (e também deverá renunciar ao lugar de deputada no Parlamento), mas alguns conselheiros nacionais vão pedir responsabilidades pela estratégia adoptada pela direcção. A reunião pode tornar-se num ajuste de contas.

Um dos mais críticos da direcção é Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento, corrente interna do partido, que já assumiu ser candidato à liderança, aponta o dedo a toda a equipa e não apenas a Assunção Cristas. “Alguns não subiram ao palco com ela na noite das eleições e andaram publicamente a falar dos erros, como se não estivessem lá estado. Os responsáveis não são apenas a líder mas são também a direcção nacional, o porta-voz [João Almeida] e a secretaria-geral”, afirmou ao PÚBLICO.

O conselheiro nacional desafia possíveis candidatos como João Almeida, Filipe Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos, que estão em reflexão sobre se avançam para a liderança, a assumirem a sua posição e a “contribuírem para uma solução” no partido. O ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila, também crítico da actual direcção de Assunção Cristas, diz apenas que a sua “ponderação” inclui “ouvir o conselho nacional e o partido nos órgãos próprios”.

Desde 6 de Outubro que vários dirigentes ou figuras do partido que já tiveram responsabilidades se excluíram da corrida à liderança como Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes (ambos actuais vice-presidentes), Pedro Mota Soares, deputado, José Ribeiro e Castro, ex-líder, António Pires de Lima, ex-dirigente, Diogo Feio, director do gabinete de estudos, e Telmo Correia, vice-presidente da bancada. Sobre a futura liderança, alguns dirigentes defendem que é exigível que o sucessor de Assunção Cristas seja deputado, o que canaliza os apoios para João Almeida, já que nem Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, nem Lobo d'Ávila estão no Parlamento. Mas a tese não é consensual. Francisco Mota, vice-presidente da JP, lembra que Paulo Portas e Manuel Monteiro não saíram do grupo parlamentar para a liderança. Telmo Correia, presidente do conselho nacional, também sustenta que a condição de deputado não é obrigatória, mas avisa que o próximo líder não pode “atacar” o grupo parlamentar. Num momento que se espera tenso, o deputado deixou um apelo ao partido para evitar “discussões de acertos de contas”.

O vereador em Lisboa João Gonçalves Pereira também apela à tranquilidade. “É importante o conselho nacional fazer a sua ponderação e que o possa fazer de forma livre e aberta, mas deve ser um conselho nacional construtivo. Deve ser uma avaliação com perspectiva de futuro”, afirma. Outras figuras como o ainda líder parlamentar Nuno Magalhães (que não foi eleito deputado) remetem a sua posição para o conselho nacional desta quinta-feira à noite.