Há uma nova iniciativa legislativa pelo fim das corridas de galgos
Depois de uma petição online e dos projectos de lei do PAN e do BE serem reprovados, a associação SOS Animal lançou uma Iniciativa Legislativa dos Cidadãos pela proibição das corridas de cães, em Portugal.
O texto é o mesmo do projecto de lei entregue pelo PAN à Assembleia da República em Janeiro de 2019. Em Julho, o Parlamento rejeitou tanto esse diploma como o que foi entregue pelo Bloco de Esquerda e que pretendia também proibir as corridas de galgos e de outros cães, em Portugal, com votos contra do PS, PSD e CDS-PP.
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O texto é o mesmo do projecto de lei entregue pelo PAN à Assembleia da República em Janeiro de 2019. Em Julho, o Parlamento rejeitou tanto esse diploma como o que foi entregue pelo Bloco de Esquerda e que pretendia também proibir as corridas de galgos e de outros cães, em Portugal, com votos contra do PS, PSD e CDS-PP.
A 15 de Outubro, a associação SOS Animal lançou uma Iniciativa Legislativa dos Cidadãos (ILC) para pedir multas e penas de prisão até dois anos para quem organiza, auxilia ou participa em provas ou campeonatos onde os cães competem. “O que está em causa é correrem dopados, com coleiras de choque, sofrerem maus tratos antes, durante e após as corridas, serem abandonados ou encarcerados e forçados a dar sangue o resto da vida, ou mesmo abatidos quando já não servem este propósito de entretenimento humano”, diz a associação de protecção animal.
Cristina Gonçalo, que através da associação Kate's Friends resgata e dá para adopção “uma média de dez galgos” por mês, disse ao P3 que os galgos abandonados por participantes nas corridas apresentam “sinais fáceis de identificar": “na grande maioria chegam extremamente assustados”, “não se deixam apanhar (exceptuando quando já estão muito debilitados), têm “cicatrizes nos focinhos, por causa dos açaimes, e no pescoço, culpa do corte para extraírem chip”. Quando se lhes põe uma trela, “andam como soldados, não puxam, param quando paramos e sempre de focinho apontado para o chão”. Apresentam “uma parte muscular extremamente desenvolvida, principalmente a nível de peito e dos cortes traseiros”, onde “normalmente não têm pêlo por causa dos treinos com noras metálicas”, um dispositivo que roda e obriga os cães a andarem ou correrem em círculos.
Ao P3 chegaram vários e-mails endereçados a câmaras municipais e juntas de freguesia que apoiam eventos que contemplam corridas de galgos. Mais recentemente, circulam e-mails sobre uma corrida a realizar-se a 26 de Outubro, em Mértola, organizada pela Associação de Galgueiros do Sul e, segundo o cartaz, apoiada pela câmara.
Caso a iniciativa disponível na plataforma de apoio à participação do Parlamento seja subscrita por pelo menos 20 mil eleitores, o projecto de lei poderá novamente ser discutido na Assembleia da República e, caso seja aprovado, tornar-se lei. A 17 de Outubro, a ILC pela “Proibição das corridas de cães em Portugal” conta com mais de 3200 assinaturas.