Uma Longa Noite para abrir dez dias de Doclisboa

O festival arranca esta noite para uma edição marcada por novas maneiras de pensar o documentário e uma oferta que vai de Chico Buarque ao Brexit, de Muammar Kadhafi às vedetas pop francesas.

Foto
DR

É com Longa Noite, filme em que o galego Eloy Enciso lança uma meditação inspirada em textos literários e filosóficos a propósito das feridas abertas pela Guerra Civil Espanhola, que o Doclisboa abre oficialmente as portas esta noite, na Culturgest, às 21h30. A 17.ª edição deste festival internacional de cinema, que se tem aproximado cada vez do chamado “cinema do real” para falar de outros modos e outras formas de abordar o documentário, prolonga-se até dia 27.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

É com Longa Noite, filme em que o galego Eloy Enciso lança uma meditação inspirada em textos literários e filosóficos a propósito das feridas abertas pela Guerra Civil Espanhola, que o Doclisboa abre oficialmente as portas esta noite, na Culturgest, às 21h30. A 17.ª edição deste festival internacional de cinema, que se tem aproximado cada vez do chamado “cinema do real” para falar de outros modos e outras formas de abordar o documentário, prolonga-se até dia 27.

E se Longa Noite é o filme de abertura oficial, a verdade é que o Doc arranca antes – com a retrospectiva sobre o cinema documental da Alemanha do Leste a ocupar as sessões da Cinemateca a partir das 15h30 – e tem outras propostas igualmente fascinantes nesta primeira noite. Como o paciente documentário de Hassen Ferhani sobre uma mulher que gere sozinha um pequeno bar de estrada no Sara argelino, 143 Rue du Désert (Culturgest, às 21h45; e de novo no dia 26, às 14h), o ensaio de Josafá Veloso sobre a vida e obra do cineasta brasileiro Eduardo Coutinho (1933-2014)Banquete Coutinho (São Jorge, 21h30; e de novo no dia 23, às 19h15), o mais recente exercício de filmeur do francês Alain Cavalier, Être vivant et le savoir (São Jorge, às 21h45; e de novo no dia 22, às 16h, desta vez na Culturgest), ou o documentário de François Armanet sobre as vedetas da pop francesa, Oh les filles! (Ideal, 22h; e de novo no dia 22, às 21h30, desta vez no São Jorge).

Tudo isto é apenas um “aperitivo” para o que aí vem nos próximos dias: para além dos títulos portugueses e internacionais em competição, haverá tempo para olhar para as questões centrais do mundo que nos rodeia. Com o filme da belga Lode Desmet sobre as negociações entre a Comissão Europeia e o Governo inglês em Brexit behind Closed Doors (dia 18, São Jorge, às 18h15; repete na Culturgest, dia 23, às 16h); o arranque da retrospectiva da libanesa Jocelyne Saab, com sessões dedicadas aos seus filmes sobre o Médio Oriente (São Jorge, dia 18, às 21h), a Líbia (Ideal, dia 18, às 18h) ou o Egipto (São Jorge, dia 19, às 18h45); ou o documentário de Miguel Farias Jr sobre Chico Buarque que tanta controvérsia tem geradoChico: Artista Brasileiro (São Jorge, dia 18, às 18h30).

Destaque especial merece a sessão do próximo domingo, às 15h30, na Culturgest – sob o título Descolonizar a Memória, mostrar-se-ão A Story from Africa, de Billy Woodberry, e Palimpsest of the Africa Museum, de Matthias de Groof, antecedendo um debate com a presença dos realizadores e da recém-eleita deputada do Livre Joacine Katar Moreira. É, por onde se quiser olhar, um arranque de luxo para o 17.º Doclisboa. A programação completa pode ser seguida em https://doclisboa.org