Projecto Radar vai entrar na terceira fase, à procura de mais 14 mil idosos sozinhos em Lisboa

Segunda fase do projecto Radar identificou mais 11 mil idosos que vivem sozinhos ou com alguém da mesma idade. Projecto estende-se a mais 12 freguesias.

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Fabio Augusto

Na segunda fase do projecto Radar foram sinalizados mais de 11 mil idosos que vivem sozinhos, ou acompanhados por alguém da mesma faixa etária em Lisboa. Este é um projecto conjunto entre câmara e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que arrancou no início do ano, e pretende identificar as pessoas com mais de 65 anos que estão mais isoladas e perceber em que condições o fazem, que necessidades têm e que respostas precisam para que tenham uma vida autónoma e confortável. 

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Na segunda fase do projecto Radar foram sinalizados mais de 11 mil idosos que vivem sozinhos, ou acompanhados por alguém da mesma faixa etária em Lisboa. Este é um projecto conjunto entre câmara e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que arrancou no início do ano, e pretende identificar as pessoas com mais de 65 anos que estão mais isoladas e perceber em que condições o fazem, que necessidades têm e que respostas precisam para que tenham uma vida autónoma e confortável. 

Depois de uma fase piloto, que chegou a 4500 idosos das freguesias dos Olivais, Areeiro e Ajuda, o projecto estendeu-se a mais nove freguesias – Santa Clara, Marvila, Alcântara, Arroios, Alvalade, São Domingos de Benfica, São Vicente, Beato e Parque das Nações.

Entre Julho e Setembro, os técnicos deste projecto encontraram 11.361 idosos sozinhos, sendo que quase metade (42%) tem entre 75 e 84 anos. Dois terços são mulheres, revelam os resultados que foram enviados ao PÚBLICO pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. À semelhança do que aconteceu na fase piloto, os dados indicam que a grande maioria dos entrevistados (92%) estão no “nível de intervenção planeado” – o que significa que estão em situações controladas, que não necessitam de receber apoio no momento. No entanto, foram detectadas duas pessoas que necessitaram de uma intervenção imediata das instituições. 

Deste universo de mais de 11 mil idosos que estão sozinhos, 12% não têm médico de família ou não sabe se tem. Entre as dificuldades apontadas pelos mais velhos, grande parte revela ter obstáculos na higiene e limpeza das suas casas e necessidade de cuidados de saúde. Cerca de 90% dos idosos identificados revelou ainda não receber acompanhamento de instituições de apoio social. 

Pelas contas das associações envolvidas no projecto vivem em Lisboa cerca de 30 mil idosos sozinhos, num universo de cerca de 132 mil pessoas com mais de 65 anos. O projecto Radar vai, assim, entrar na terceira fase esta quinta-feira, chegando, espera-se, a mais 14.274 pessoas, que vivem nas freguesias das Avenidas Novas, Belém, Benfica, Campo de Ourique, Campolide, Carnide, Estrela, Lumiar, Misericórdia, Penha de França, Santa Maria Maior e Santo António.

Este projecto é uma vertente do Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, que funciona em rede com várias entidades – a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o Instituto da Segurança Social, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a PSP, as juntas de freguesia, a Rede Social de Lisboa.