NASA revela fato espacial que será usado pela primeira mulher a ir à Lua
Os fatos da “próxima geração” serão usados no programa Ártemis. O objectivo é levar os astronautas norte-americanos à Lua em 2024 e criar lá alicerces para um dia se chegar a Marte.
A NASA revelou esta quarta-feira os dois modelos de fatos espaciais para serem usados pela primeira mulher a ir à Lua. Numa conferência de imprensa que teve lugar numa da sede da NASA, em Washington D.C., nos Estados Unidos, e que foi transmitida através do YouTube, o administrador da agência espacial norte-americana, Jim Bridenstine, anunciou que os dois fatos estavam prontos para serem utilizados no regresso dos humanos à Lua em 2024.
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A NASA revelou esta quarta-feira os dois modelos de fatos espaciais para serem usados pela primeira mulher a ir à Lua. Numa conferência de imprensa que teve lugar numa da sede da NASA, em Washington D.C., nos Estados Unidos, e que foi transmitida através do YouTube, o administrador da agência espacial norte-americana, Jim Bridenstine, anunciou que os dois fatos estavam prontos para serem utilizados no regresso dos humanos à Lua em 2024.
Os Estados Unidos vão enviar novamente um grupo de astronautas norte-americanos à Lua, no qual se incluirá a primeira mulher a fazer a viagem. O Presidente dos EUA, Donald Trump, já tinha assinado em Dezembro de 2017 uma directiva sobre política espacial que tinha o objectivo de levar os astronautas norte-americanos à Lua e criar lá alicerces para um dia se chegar a Marte – mas, na altura, não havia datas definidas. Para regressar à Lua, a NASA criou o Ártemis (irmã de Apolo e deusa da Lua na mitologia grega) e foi para os astronautas deste programa que os fatos agora mostrados ao mundo foram criados.
À primeira vista, os novos modelos podem parecer iguais a trajes anteriores, mas pelo que a agência espacial revela, os moonwalkers do século XXI serão capazes de realizar tarefas muito mais complexas do que seus antecessores graças aos avanços tecnológicos iniciados antes do programa Apolo. “Os fatos espaciais não são apenas um símbolo clássico da exploração espacial humana, são também uma nave espacial personalizada que imita todas as protecções do ambiente hostil do espaço e dos recursos básicos que a Terra e a sua atmosfera fornecem”, descreve a NASA.
Um protótipo volumoso, quase todo em branco, com detalhes em azul e vermelho, as cores da agência espacial, foi usado por Kristine Davis, uma das engenheiras de fatos espaciais do Centro Espacial Johnson, em Houston. O protótipo, conhecido como unidade de mobilidade extraveicular (ou exploration extravehicular mobility unit, xEMU) foi projectado para explorar a superfície lunar, em especial o pólo Sul, o alvo da próximo aterragem lunar tripulada da NASA.
“A Kristine está a usar um fato espacial que serve a todos os nossos astronautas quando forem para a Lua. Estes são os nossos fatos desenhados para a geração Ártemis”, referiu o responsável pela NASA na transmissão online. “Se se recordarem os fatos da geração Apolo, lembram-se de que Neil Armstrong e Buzz Aldrin andaram aos saltinhos na superfície lugar. Com este fato seremos capazes de andar na superfície da Lua, o que é muito diferente comparado com os fatos do passado.” Os fatos agora revelados são ainda distintos daqueles que estão actualmente a ser utilizados nos passeios espaciais fora da Estação Espacial Internacional.
A segurança foi uma das principais preocupações no processo de desenvolvimento dos fatos, algo que só foi possível “graças aos exploradores da Apolo e às missões robóticas mais recentes” que permitiram saber mais sobre o ambiente lunar. “Até à missão Apolo 11, a maior preocupação com o solo lunar era que este não pudesse suportar o peso dos astronautas. Agora sabemos que o maior perigo é que o solo seja composto por pequenos fragmentos parecidos com vidro”, explica a NASA. Para resolver este problema, o xEMU foi equipado com um conjunto de recursos tolerantes à poeira para impedir a inalação ou contaminação do sistema de suporte de vida do fato ou das restantes estruturas espaciais. A indumentária foi também construída para suportar temperaturas extremas de 156 graus Celsius negativos e até 121 graus.
Além de acabar com a necessidade de “dar saltinhos” para os astronautas se moverem na Lua, a NASA redesenhou o sistema de comunicação que está incluído dentro do capacete e fez com que fosse possível proceder ao “ajuste personalizado por antropometria e biomecânica” dos fatos que passam ser adaptáveis à fisionomia de vários astronautas.
“O novo fato foi projectado com peças permutáveis, que podem ser configuradas para caminhadas espaciais em microgravidade ou numa superfície planetária. O mesmo sistema central pode ser usado na Estação Espacial Internacional, em órbita lunar ou Marte. O fato pode ser actualizado para lidar com as diferenças no ambiente marciano e inclui uma funcionalidade de suporte de vida numa atmosfera rica em dióxido de carbono e roupas externas modificadas para manter a tripulação aquecida “no Inverno” de Marte e evitar o superaquecimento “no Verão” do planeta”, descreve a agência espacial.
Um fato preparado para “esperar o inesperado”
Durante a transmissão foi também apresentado um fato pressurizado laranja, o Orion Suit, que será usado pelos astronautas quando estes forem lançados no espaço a bordo da cápsula Oríon e no regresso à Terra. “O Oríon foi projectado para um ajuste personalizado e incorpora recursos de tecnologia e mobilidade de segurança que ajudarão a proteger os astronautas no dia do lançamento, em situações de emergência, partes da missão que sejam de alto risco e durante o retorno em alta velocidade à Terra”, escreve a NASA na sua página.
Já o Orion Suit, o fato laranja, está preparado para “esperar o inesperado”. Embora tenha sido projectado maioritariamente para o lançamento e regresso à órbita da Terra, o Oríon pode manter os astronautas vivos se a cápsula perder a pressão durante a viagem para a Lua. Além disso, o fato possibilita que os astronautas sobrevivam dentro do mesmo durante seis dias enquanto regressam à Terra.