S. João: não se vê actividade no estaleiro, mas hospital garante que obra não está parada

O Centro Hospitalar Universitário de São João anunciou que as obras da nova ala pediátrica começaram a 25 de Setembro. Montagem do estaleiro, que precede “o início efectivo da empreitada”, deve estar concluída até ao final deste mês.

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Nesta segunda-feira, não há ruído, movimentações, nem pessoas dentro da área delimitada para o estaleiro da futura ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, mas a obra que foi visitada durante a campanha eleitoral pelo primeiro-ministro (e então candidato) António Costa não está parada, garante fonte do hospital. Um esclarecimento que surge depois de fotografias mostrando o espaço inactivo terem sido publicadas e partilhadas na Internet, com a alusão a que o anunciado início dos trabalhos seria uma manobra eleitoral.

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Nesta segunda-feira, não há ruído, movimentações, nem pessoas dentro da área delimitada para o estaleiro da futura ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, mas a obra que foi visitada durante a campanha eleitoral pelo primeiro-ministro (e então candidato) António Costa não está parada, garante fonte do hospital. Um esclarecimento que surge depois de fotografias mostrando o espaço inactivo terem sido publicadas e partilhadas na Internet, com a alusão a que o anunciado início dos trabalhos seria uma manobra eleitoral.

O arranque das obras foi publicitado pelo próprio CHUSJ, num comunicado em que dava conta de condicionamentos e alterações na circulação no espaço do hospital a partir do dia 25 de Setembro “por motivo do início das obras da ala pediátrica”. Dias depois, a 1 de Outubro, um novo comunicado indicava que, naquela terça-feira, tinha começado “a montagem do estaleiro para a construção” do novo espaço do S. João, que irá congregar vários serviços de pediatria e representa um investimento global de 25 milhões de euros. O documento indicava ainda que a montagem do estaleiro antecipava “o início efectivo da empreitada”, que tem um prazo de 18 meses e deverá permitir que a actividade clínica se inicie nas novas instalações no primeiro semestre de 2021.

No dia seguinte, a 2 de Outubro, António Costa fazia uma breve visita ao estaleiro e foi questionado sobre a conveniência de começar as obras exigidas há anos em pleno período eleitoral. O então candidato socialista argumentou que “mais conveniente era mesmo já ter sido possível inaugurar a obra”.

Este fim-de-semana, o socialista Tiago Silva publicou no Twitter uma fotografia do estaleiro da ala pediátrica, que dizia ter sido captada a meio da semana passada, sem qualquer sinal de actividade, e com a frase em tom irónico: “Como se pode ver, as obras da nova ala Pediátrica do São João que Costa foi visitar em campanha eleitoral estão a decorrer a um ritmo estonteante.” “A vergonha quando nasceu passou por esta gente a correr”, acrescentava. Esta segunda-feira, uma nova imagem mostrando o espaço vedado com um contentor da Casais – empresa que apresentou a proposta vencedora para a construção do novo edifício – foi partilhada na mesma rede social, por um médico.

Montagem dura “cerca de um mês"

Ao PÚBLICO, fonte do CHUSJ garante, contudo, que não há qualquer atraso nos prazos anunciados e que o arranque da obra, marcado pelo início da montagem do estaleiro, aconteceu, efectivamente, a 25 de Setembro. “Está tudo a correr dentro da normalidade. Já tínhamos indicado que a montagem do estaleiro duraria cerca de um mês”, garante o responsável pela assessoria de imprensa do hospital. A mesma fonte afirma que, apesar da aparente inactividade que se tem verificado nas últimas semanas, o estaleiro estará completamente montado até ao final de Outubro, podendo, então, avançar, tal como se lia no comunicado de 1 de Outubro, “o início efectivo da empreitada”.

A futura ala pediátrica terá cinco pisos e vai acolher especialidades totalmente dedicadas às crianças - como oncologia, cardiologia ou cirurgia pediátricas, bem como a primeira unidade de queimados pediátricos do Norte do país.

O investimento surgiu depois de um imbróglio jurídico e de cerca de uma década em que os serviços de pediatria do S. João funcionaram em contentores, motivando vários protestos, sobretudo dos pais das crianças que recorriam ao serviço de oncologia. Só em Julho é que os contentores foram desmontados e as crianças transferidas para o edifício principal.