Presidente da Lusa defende aprovação do orçamento da agência no Parlamento
Nicolau Santos considera que “os Estados devem suportar as agências de notícias e as rádios e televisões públicas”.
O presidente do Conselho de Administração da Lusa defendeu nesta segunda-feira que o orçamento da agência devia ser aprovado no Parlamento “para que qualquer Governo não tenha a tentação de pensar que é uma agência do Governo”.
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O presidente do Conselho de Administração da Lusa defendeu nesta segunda-feira que o orçamento da agência devia ser aprovado no Parlamento “para que qualquer Governo não tenha a tentação de pensar que é uma agência do Governo”.
Fazendo uma intervenção na conferência “Fake News: Impacto e Mecanismos de Combate”, organizada pela Inforpress, a agência de notícias de Cabo Verde, Nicolau Santos defendeu que “os Estados devem suportar as agências de notícias e as rádios e televisões públicas” e argumentou que a informação de qualidade tem um custo. “Os governos, se querem defender a liberdade de expressão, têm de contribuir para suportar os órgãos de comunicação públicos, mas com completa autonomia editorial”, disse o presidente da Lusa, salientando que “as agências regem-se pela agenda mediática e editorial, não podem ter qualquer interferência dos governos”.
Nicolau Santos defendeu que os orçamentos “deviam ser aprovados no Parlamento, para que qualquer Governo não tenha a tentação de pensar que é uma agência do Governo, quando é uma agência pública”. Abordando o tema transversal a todas as intervenções do congresso, organizado pela Inforpress com o apoio da agência Lusa e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, Nicolau Santos defendeu a importância da comunicação social como garante de uma informação isenta e plural, reclamando um papel central no combate às fake news.
“Os órgãos privados também têm de merecer atenção dos governos, têm de receber um suporte”, afirmou, exemplificando que “os grandes motores de busca deviam distribuir parte dos lucros pelos operadores privados, que são quem produz a informação que é pesquisada”, e precisou que “em Portugal quando se compara o que os privados ganham através das redes sociais e o que ganha a Google, só 20% vai para os produtores de informação”.