CGTP avisa Costa: “Ou dá resposta às nossas reivindicações ou conta com contestação” nas ruas
“Vamos ter um superavit no final do ano e não há dinheiro para os trabalhadores?”, questiona Arménio Carlos, que revela o que Costa lhe respondeu, sobre as leis laborais, durante a reunião da semana passada
O aviso foi dado esta segunda-feira por Arménio Carlos. Ou o Governo altera as leis laborais e sobe os salários ou conta com forte contestação da CGTP nas ruas.
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O aviso foi dado esta segunda-feira por Arménio Carlos. Ou o Governo altera as leis laborais e sobe os salários ou conta com forte contestação da CGTP nas ruas.
"Das duas uma: ou o Governo dá resposta às nossas reivindicações ou terá que contar connosco no que respeita à contestação”, afirmou o secretário-geral da CGTP em entrevista à rádio Observador, frisando que na última sexta-feira houve um encontro nacional com 800 activistas tendo ficado assumido este compromisso.
Questionado sobre se este Governo tem condições para aguentar quatro anos se não alterar as leis laborais, Arménio Carlos respondeu de rajada: “A questão laboral é a pedrinha no sapato do Governo. Ai vai, vai. Ou altera ou com certeza não vai esperar que nós fiquemos na expectativa para ver aquilo que acontece”.
De qualquer forma, Arménio Carlos não está optimista sobre quaisquer alterações às leis laborais: “A ideia com que ficamos é que vamos ficar na mesma”. E revela como correu a reunião da CGTP com o primeiro-ministro indigitado, António Costa, na semana passada.
“Não tivemos contraponto à nossa argumentação. Quando lhe transmitimos como é possível que para a mesma função, por exemplo, caixa de supermercado é exigido a um jovem um período experimental de 180 dias enquanto a outra pessoa para a mesma função é exigido 90 dias, ninguém tem justificação para isto. Nem o primeiro-primeiro que nos disse ‘Se calhar agora vale a pena deixar passar um tempo para avaliar'”, revelou. Segundo a CGTP, o Governo de António Costa “manteve o que de pior tinha a legislação laboral e agravou em alguns casos”.
Sobre os salários, o sindicalista insistiu na proposta de aumento generalizado de 90 euros por mês, argumentando que o Governo tem suficiente folga orçamental para isso: “Vamos ter um superavit no final do ano e não há dinheiro para os trabalhadores?”.
Ainda assim, Arménio Carlos defendeu novamente que era a favor da continuidade da “geringonça": “Claro, a esmagadora maioria do povo português exprimiu isso no dia 6, que não quer que se volte ao tempo do Governo PSD/CDS”.