O “tempo que não temos” é o foco do encontro de ilustração de São João da Madeira
Chega a São João da Madeira mais uma edição do Encontro Internacional de Ilustração, de 17 a 21 de Outubro, na Torre da Oliva. Sob o tema Tempo, vão estar expostos trabalhos de 25 ilustradores, provenientes de vários cantos do mundo.
À 12.ª edição, o Encontro Internacional de Ilustração de São João da Madeira foca-se no tempo. De 17 a 21 de Outubro, a Torre da Oliva, na cidade conhecida pelo turismo industrial, recebe ilustradores portugueses e estrangeiros que aqui apresentam as suas obras. “A reflexão sobre o tempo como conceito abstracto leva-nos a labirintos de definições e contradições”, refere a organização do evento.
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À 12.ª edição, o Encontro Internacional de Ilustração de São João da Madeira foca-se no tempo. De 17 a 21 de Outubro, a Torre da Oliva, na cidade conhecida pelo turismo industrial, recebe ilustradores portugueses e estrangeiros que aqui apresentam as suas obras. “A reflexão sobre o tempo como conceito abstracto leva-nos a labirintos de definições e contradições”, refere a organização do evento.
Oficinas nas escolas e para o público, workshops de ilustradores convidados (como Leandro Barea, Evelina Oliveira, Gerard Lo Monaco e Marina Cedro), conversas, apresentações, sessões de autógrafos, conferências, análise de portefólios e espectáculos (como o concerto ilustrado, dia 20 de Outubro na Casa da Criatividade, com os You Can't Win, Charlie Brown e o ilustrador Joel Faria) terão lugar ao longo da semana do encontro. Mas a iniciativa de destaque é o concurso de ilustração aberto ao público.
Depois de um recorde de candidaturas (199 no total, perfazendo um conjunto de 238 obras) o júri — composto por Alberto Bulhosa, André Letria, Francisco Vaz Silva, Santy Gutiérrez e Sofia Neto — seleccionou para exposição 50 trabalhos de 25 autores provenientes de Portugal, Espanha, Brasil, Argentina e México. Apesar de o encontro só começar a 17 de Outubro, a exibição destes trabalhos já está aberta ao público no auditório Álvaro Tomás da Fonseca. Isto porque “apenas os cinco dias do encontro eram poucos para quem quer visitar a exposição”, adiantou ao P3 Helena Couto, presidente da Junta de Freguesia de São João da Madeira.
“As variadas interpretações do tema por parte de 25 ilustradores demonstram a forma distinta como o tempo afecta as nossas vidas e a forma como cada ilustrador abordou, não só sob o aspecto conceptual, mas também na técnica utilizada no seu trabalho”, lê-se à entrada da exposição. Daqui resulta uma série de visões diferentes sobre “o tempo que não temos”. O vencedor tem direito a um computador e a expor individualmente e a dar um workshop na edição de 2020 do Encontro Nacional de Ilustração. Cláudia Salgueiro, a vencedora de 2018, tem, por isso, uma exposição no mesmo auditório, Mar sem Fundo.
Outra das novidades desta edição é a criação de um sapato com uma ilustração. A ilustradora escolhida foi Ana Rita Robalo, uma das finalistas de 2018. Com produção da empresa sanjoanense Evereste, o objectivo é “criar pontes entre ilustradores e empresas”. O sapato vai poder ser adquirido durante a semana da ilustração, com dez pares disponíveis a cerca de 85 euros, mas também vai ser possível comprar online (também em edição limitada). “Claro que o nosso principal negócio não é este, mas é para mostrar às empresas que é possível apostar em ilustradores portugueses”, justificou Helena.
Desde a 7.ª edição que o Encontro Nacional de Ilustração promove um concurso aberto — e, desde então, quando a junta assumiu a organização do evento, que todos se podem candidatar a expor os seus trabalhos. “Já não temos grandes nomes, mas isso também não é o que nos interessa. Queremos é mostrar o talento daqueles que ainda não são reconhecidos.”
No entanto, também há espaço para ilustradores já reconhecidos. A imagem da edição de 2019 foi criada pela ilustradora Fatinha Ramos e incorporada numa caixa que é oferecida a todos os seleccionados e contém alguns objectos feitos em São João da Madeira. Pela primeira vez, a caixa é redonda. Isto porque, sublinha Helena Couto, “o tempo é redondo”.