Laurie Anderson, Wagner Moura e Wim Wenders no LEFFEST 2019
A 13.ª edição do Lisbon & Sintra Film Festival foi apresentada esta segunda-feira em Queluz.
O cineasta alemão Wim Wenders não vai afinal, ao contrário do que se noticiou em Fevereiro, presidir ao júri do 13.º Lisbon & Sintra Film Festival (LEFFEST), mas marcará ainda assim presença em Portugal para apresentar uma cópia restaurada de Lisbon Story – Viagem a Lisboa. O festival, que decorre de 15 a 24 de Novembro, vai festejar os 25 anos do filme com a estreia mundial da sua versão restaurada, ainda em fase de acabamento, explicou ao PÚBLICO Paulo Branco, o director do LEFFEST, cuja programação foi apresentada esta tarde no Palácio de Queluz. Também O Estado das Coisas, filme de 1982 que o realizador rodou em Sintra e que, tal como Lisbon Story, foi produzido por Branco, será exibido no festival, em cópia digital, com direito a apresentação pelo autor.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O cineasta alemão Wim Wenders não vai afinal, ao contrário do que se noticiou em Fevereiro, presidir ao júri do 13.º Lisbon & Sintra Film Festival (LEFFEST), mas marcará ainda assim presença em Portugal para apresentar uma cópia restaurada de Lisbon Story – Viagem a Lisboa. O festival, que decorre de 15 a 24 de Novembro, vai festejar os 25 anos do filme com a estreia mundial da sua versão restaurada, ainda em fase de acabamento, explicou ao PÚBLICO Paulo Branco, o director do LEFFEST, cuja programação foi apresentada esta tarde no Palácio de Queluz. Também O Estado das Coisas, filme de 1982 que o realizador rodou em Sintra e que, tal como Lisbon Story, foi produzido por Branco, será exibido no festival, em cópia digital, com direito a apresentação pelo autor.
Dos outros nomes apontados em Fevereiro para o júri do 13.º LEFFEST, apenas um se confirma, o da pianista Maria João Pires, que estará acompanhada pela actriz Victoria Guerra, pela cantora libanesa Yasmine Hamdan, e pelo actor e cineasta brasileiro Wagner Moura, realizador de Marighella, entre outros jurados por anunciar. Moura, cujo mais recente filme, estreado em Fevereiro no Festival de Berlim, será projectado numa sessão especial, fará também parte de um “simpósio” – “à falta de melhor palavra”, comentou Paulo Branco – intitulado Resistências, com curadoria de Juan Branco. Entre os participantes, incluem-se o francês Maxime Nicolle, representante do movimento Coletes Amarelos, o actor e filósofo franco-tunisino Mehdi Belhaj Kacem, a artista e música norte-americana Laurie Anderson, o activista palestiniano Omar Barghouti e Luigi de Magistris, presidente da câmara de Nápoles, Itália.
Na apresentação, o director falou aos jornalistas da importância de dar espaço para que os filmes sejam apresentados pelos seus autores ou outros representantes, de modo a que os espectadores possam perceber “o porquê" de cada obra. “Penso que nunca tivemos tantos cineastas”, afirmou Paulo Branco. Para tornar essa conversa mais produtiva, disse ao PÚBLICO, o LEFFEST “mostra [apenas] cerca de 90 filmes, enquanto outros festivais mostram 200 ou 300”.
O programa completo do 13.º LEFFEST será apresentado a 4 de Novembro, mas já foram adiantados alguns filmes do cartaz. Fora de competição, serão vistos, entre outros, Atlantique, de Mati Diop, que ganhou o Grande Prémio do Júri do último Festival de Cannes, um filme que não terá estreia em sala por ser distribuído pela Netflix; A Dog Called Money, documentário de Seamus Murphy sobre PJ Harvey; Adults in the Room, documentário de Costa-Gavras sobre o político e activista grego Yannis Varoufakis (o realizador estará no festival, Varoufakis “provavelmente” também) e A Hidden Life, de Terrence Malick, que também teve estreia em Cannes. Alinhados estão igualmente Grâce à Dieux, de François Ozon, Guest of Honour, de Atom Egoyan, It Must Be Heaven, do palestiniano Elia Suleiman, que também marcará presença, Les Misérables, de Ladj Ly, Martin Eden, de Pietro Marcello, Sybil, de Justine Triet (que trará cá a actriz principal Viriginie Efira), Sorry We Missed You, de Ken Loach, The Lighthouse, de Robert Eggers, com Willem Dafoe (presença confirmada), e Robert Pattinson, e Une Fille Facile, de Rebecca Zlotowski, outra presença, com o português Nuno Lopes. “Vai haver ainda mais três ou quatro”, um dos quais “será o filme de fecho do festival”, adiantou ainda Paulo Branco.
Na competição, haverá um filme português, Patrick, de Gonçalo Waddington, que se estreou em San Sebastián. Concorrerá, em princípio, com Atlantis, de Valentyn Vasyanovych, Baloon, de Pema Tseden, Beanpole, de Kantemir Balagov, Giants Being Lonely, de Grear Patterson, Happy Birthday, de Cédric Kahn, Little Joe, de Jessica Hausner, que o virá apresentar, O Que Arde, de Oliver Laxe, The Criminal Man, de Dmitry Mamuliya, The Wild Goose Lake, de Yi'nan Diao, Tommaso, de Abel Ferrara, que volta assim ao festival, e Zombi Child, de Bertrand Bonello, outra presença no LEFFEST de 2019.
Como habitualmente, o festival dedicará retrospectivas a cineastas, com a presença dos próprios, o que passa a ser uma prioridade. Serão os casos, este ano, do alemão Christian Petzold, do romeno Corneliu Porumboiu, dos portugueses José Miguel Ribeiro e Rita Azevedo Gomes, da italiana Alice Rohrwacher e do francês Damien Manivel. Em Fevereiro falava-se também de Paul Thomas Anderson, que, disse Paulo Branco, não poderá vir este ano mas é possível que venha noutro.
No campo das sessões especiais, lugar a uma exibição de A Casa na Praça Trubnaia (1928), de Boris Barnet, musicado ao vivo pelos Mão Morta, que marcarão também presença para apresentar Mutantes S.21 - 25 anos Depois, documentário realizado este ano por João Sá sobre o disco homónimo da banda de Braga. Há ainda espaço para um ciclo chamado Homeland, centrado em migrações, com filmes de nomes que vão de Chantal Akerman a Kazuo Hara, passando por Larisa Shepitko, Sarah Maldoror, Khalik Allah ou Forough Farrokhzad.
Também já tinha sido anunciado que, com o fecho das salas do Medeia Monumental, o festival passa a ter como sede lisboeta, além do Cinema Nimas, o Teatro Tivoli e o Auditório Vaz Pessoa da Universidade Lusófona, que será depois programado pela Leopardo Filmes, no Campo Grande. Isto além do Centro Cultural Olga Cadaval e do Palácio Nacional e Jardins de Queluz, em Sintra.