Oposição derrota candidato de Orbán nas municipais de Budapeste

Candidato do Fidesz reconheceu a derrota, ainda que não estejam contados todos os votos. É uma bofetada para o prmeiro-ministro da Hungria, ainda que não belisque o seu poder.

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Gergely Karacsony foi o candidato de toda a oposição unida Zoltan Balogh/EPA

O candidato do Fidesz concedeu a derrota nas eleições municipais em Budapeste, nas quais toda a oposição, desde a extrema-direita até à esquerda, se uniu para derrotar o candidato do partido do primeiro-ministro Viktor Orbán.

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O candidato do Fidesz concedeu a derrota nas eleições municipais em Budapeste, nas quais toda a oposição, desde a extrema-direita até à esquerda, se uniu para derrotar o candidato do partido do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Com 74,4% dos votos contados, Istvan Tarlos, de 71 anos e presidente da Câmara de Budapeste há nove anos, tinha 44,8% dos votos e reconheceu que a eleição está ganha por Gergely Karacsony, de 44 anos, que tinha 50,1%, que até agora dirige um distrito da capital, e é o candidato de toda a oposição.

“Budapeste é Istambul”, é a tag que começou a correr nas redes sociais, em alusão às eleições para a câmara da maior cidade turca, que foram arrebatadas pela oposição ao partido do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

É um feito para a muito dividida oposição húngara unir-se e conseguir eleger um candidato contra Viktor Orbán, que tem dominado a vida política da Hungria desde que regressou ao poder (já antes tinha sido primeiro-ministro) em 2010.

Mas não há eleições legislativas previstas até 2022, pelo que estes resultados não influenciarão de forma alguma a continuação de Orbán no poder – são mais um golpe moral. “Estas eleições não enfraquecem a posição do Governo, mas atenuam a fé na sua invencibilidade”, comentou à Reuters Zoltan Novak, analista do think tank Centro para Análise Política Independente.

A campanha foi de uma enorme violência, ao nível de filme de mafiosos. Medias próximos do poder divulgaram um vídeo de eleito socialista com uma prostituta, e gravações que revelariam pactos para cometer actos de corrupção. Uma das gravações implicava um vereador socialista de Budapeste a consumir cocaína.

E, em cima da data das eleições, o presidente da câmara de Gyor, do Fidesz, foi alvo da revelação, num blogue anónimo, de um vídeo comprometedor em que estaria a ter relações sexuais com prostitutas num iate na Croácia.