Lição número um, que já deveria ter sido aprendida com Marine Le Pen, Donald Trump ou Jair Bolsonaro: de nada vale enfrentar líderes de extrema-direita com uma mola no nariz e gritinhos de “ai que nojo!”. Esse é meio caminho para a desgraça. O mundo da política não é uma vernissage. Quando entra um senhor com maus modos e ideias perigosas na Assembleia da República, é inútil passar o tempo todo a deitar culpas a quem o deixou entrar, seja o povo que o elegeu, seja a comunicação social que o promoveu, sejam os céus que não o fulminaram com um raio mortífero. O que há a fazer é isto: combater os seus maus modos com inteligência, com verve, com sarcasmo e com energia; enfrentar as suas péssimas ideias com ideias melhores; e, sobretudo, manter alguma fé na democracia liberal. A democracia liberal é o melhor modelo político que o Homem até hoje inventou para gerir em paz e com prosperidade a nossa vida social, mas para se manter é preciso uma coisinha muito importante: as pessoas têm de acreditar nele.
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Lição número um, que já deveria ter sido aprendida com Marine Le Pen, Donald Trump ou Jair Bolsonaro: de nada vale enfrentar líderes de extrema-direita com uma mola no nariz e gritinhos de “ai que nojo!”. Esse é meio caminho para a desgraça. O mundo da política não é uma vernissage. Quando entra um senhor com maus modos e ideias perigosas na Assembleia da República, é inútil passar o tempo todo a deitar culpas a quem o deixou entrar, seja o povo que o elegeu, seja a comunicação social que o promoveu, sejam os céus que não o fulminaram com um raio mortífero. O que há a fazer é isto: combater os seus maus modos com inteligência, com verve, com sarcasmo e com energia; enfrentar as suas péssimas ideias com ideias melhores; e, sobretudo, manter alguma fé na democracia liberal. A democracia liberal é o melhor modelo político que o Homem até hoje inventou para gerir em paz e com prosperidade a nossa vida social, mas para se manter é preciso uma coisinha muito importante: as pessoas têm de acreditar nele.