Uma rede que liga fagos de todo o mundo
Há já uma rede de investigadores que troca informação sobre a terapia fágica e fornece fagos em caso de necessidade.
Imagine que alguém tem uma infecção de uma bactéria resistente a um antibiótico e a única solução é ser tratado através da terapia fágica, uma abordagem terapêutica que usa vírus (bacteriófagos) para matar bactérias específicas. Adelaide Almeida, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, alerta que seria útil a criação de um banco de dados com informação sobre todos os bacteriófagos (ou fagos) que cada laboratório do mundo produz. Assim, esse laboratório poderia disponibilizar o fago para tratar a infecções ou para ensaios clínicos, aumentando assim a rapidez desses testes.
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Imagine que alguém tem uma infecção de uma bactéria resistente a um antibiótico e a única solução é ser tratado através da terapia fágica, uma abordagem terapêutica que usa vírus (bacteriófagos) para matar bactérias específicas. Adelaide Almeida, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, alerta que seria útil a criação de um banco de dados com informação sobre todos os bacteriófagos (ou fagos) que cada laboratório do mundo produz. Assim, esse laboratório poderia disponibilizar o fago para tratar a infecções ou para ensaios clínicos, aumentando assim a rapidez desses testes.
Neste momento, já existe a Phage Directory, uma rede de investigadores que trabalham em terapia fágica, nomeadamente a equipa de Adelaide Almeida. “[O objectivo é] trocar informação entre investigadores e fornecer fagos em caso de necessidade, ou seja, quando nenhum antibiótico funciona contra uma determinada bactéria”, explica a investigadora, adiantando que a informação entre membros é transmitida por e-mail.
Adelaide Almeida exemplifica que em Setembro recebeu um e-mail de uma equipa que pedia fagos para se combater uma infecção provocada pelo complexo Mycobacterium avium num doente em Sydney, Austrália. Os laboratórios desta rede que tivessem esses fagos tinham a opção de enviá-los para serem testados na estirpe do doente, de receber a estirpe e testá-la com os fagos do seu laboratório ou de espalhar a palavra para outros laboratórios.
Apesar deste laboratório da Universidade de Aveiro participar nesta rede informal, esta terapia ainda não está disponível em Portugal.