Vestiu Beyoncé e, agora, Sarah Diouf quer fazer crescer o mercado da moda africana
Designer senegalesa tem por objectivo tornar a sua marca numa espécie de Zara de África. O desafio ainda é grande e apela ao investimento na formação.
Ficou famosa graças a Beyoncé. Em entrevista à Reuters, Sarah Diouf, uma designer senegalesa, diz querer expandir a produção no seu país e treinar os costureiros locais. O objectivo é traduzir o sucesso da marca em empregos.
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Ficou famosa graças a Beyoncé. Em entrevista à Reuters, Sarah Diouf, uma designer senegalesa, diz querer expandir a produção no seu país e treinar os costureiros locais. O objectivo é traduzir o sucesso da marca em empregos.
Tongoro subiu à ribalta depois de Beyoncé ter utilizado um vestido e umas calças da marca de Sarah Diouf, numas férias em Itália, há um ano. As vendas da marca, com preços à volta dos 200 euros, triplicaram num piscar de olhos.
Este ano, Diouf foi convidada para vestir Beyoncé e as suas bailarinas para o videoclip de “Spirit”, da banda sonora do filme Rei Leão. A cantora norte-americana usou um fato preto e branco com padrão tribal. “Para mim, a história de Beyoncé veio abrir a discussão e também abrir portas à minha marca”, reconhece a designer do Senegal.
A procura crescente do que é “Made in Africa” ainda não beneficiou muito as pessoas no Senegal, admite Diouf, que emprega apenas sete costureiros. No entanto, a designer acredita que a indústria pode crescer através de uma maior aposta na formação, nomeadamente sobre comércio online. “Temos muito talento. Acredito que apenas precisamos de mais estrutura para levá-lo ao nível seguinte”, reforça Sarah Diouf.
O desafio é grande. A designer reconhece que os costureiros senegaleses não estão habituados a produzir em massa, e que vender online é uma ideia relativamente nova para os locais. “Com a nova geração, especialmente porque somos mais fortes no digital, as coisas estão lentamente a mudar”, diz à Reuters.
Os principais mercados concorrentes são a Nigéria, a África do Sul e o Gana, mas ao baixar os preços à medida que a marcar crescer, espera tornar-se numa versão africana da gigante Zara. “É importante para mim mudar a narrativa, e dizer, ‘podes comprar algo africano que não seja cliché, mas sim algo moderno e jovem’”, defende a designer.
A Tongoro nasceu em 2016 quando a designer, que à época morava em França, reparou que os colegas queriam muito comprar as peças que ela havia feito no Senegal. Só depois de ter aparecido nas revistas Elle e Vogue, é que Sarah Diouf reconheceu o potencial de vender para o mundo inteiro.
Agora, planeia crescer durante o próximo ano e abrir uma fábrica com cerca de 100 a 150 costureiros. “Para crescer, vou ter de investir em formação. Este é o próximo grande desafio para o “Made in Africa””, conclui a jovem designer.