Contas do Sporting aprovadas em assembleia agitada

Apesar da vitória no número de votos (52,95%), maior parte dos sócios votantes rejeitou Relatório e Contas do exercício 2018-19. Sousa Cintra afirma que Varandas “não tem jeito para presidente”.

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LUSA/JOÃO RELVAS

O Relatório e Contas do Sporting relativo ao exercício 2018-19 foi aprovado pelos sócios “leoninos” com 52,95% dos votos. Apesar da vitória, a maior parte dos associados que se deslocou ao Pavilhão João Rocha chumbou as contas relativas à época transacta. Tal como figura nos estatutos do clube, os sócios têm diferente número de votos mediante a antiguidade. Num total de 1352 votantes, 596 (44,08%) aprovaram as contas do clube, enquanto 756 (55,92%) deram voto negativo. Foi um cenário que, curiosamente, replicou o resultado das eleições para a presidência do clube, em que Frederico Varandas conseguiu recolher os apoios dos sócios mais antigos

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O Relatório e Contas do Sporting relativo ao exercício 2018-19 foi aprovado pelos sócios “leoninos” com 52,95% dos votos. Apesar da vitória, a maior parte dos associados que se deslocou ao Pavilhão João Rocha chumbou as contas relativas à época transacta. Tal como figura nos estatutos do clube, os sócios têm diferente número de votos mediante a antiguidade. Num total de 1352 votantes, 596 (44,08%) aprovaram as contas do clube, enquanto 756 (55,92%) deram voto negativo. Foi um cenário que, curiosamente, replicou o resultado das eleições para a presidência do clube, em que Frederico Varandas conseguiu recolher os apoios dos sócios mais antigos

Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, viveu-se um ambiente hostil na assembleia-geral. Várias intervenções foram marcadas por apupos e insultos. No período de perguntas e respostas, os sócios questionaram a direcção sobre a falta de reconhecimento do judoca Jorge Fonseca – que conquistou o título mundial em Agosto –, a proposta de aumento de salários a alguns dos membros da direcção “leonina” e a restruturação financeira anunciada na quarta-feira.

À saída da assembleia, Frederico Varandas foi insultado por alguns adeptos que se encontravam nas imediações do pavilhão. “No Sporting, impera a democracia. Vai sempre imperar a democracia”, afirmou o presidente dos “leões”, que não quis comentar os resultados da votação e a contestação que se fez sentir durante a noite. Já Rogério Alves, presidente da mesa da assembleia-geral do Sporting, recusou fazer uma análise política dos resultados, mas deixou o apelo a que sejam tomadas medidas para aumentar a participação dos associados do clube.

“Da minha parte, gostaria de dizer que tivemos um total de 1300 sócios [a votar]. Temos de encontrar uma maneira para que muitos mais sócios participem na vida do clube. Nunca passamos de 1,2,3% dos sócios. Em certas ocasiões conseguimos chegar aos 10%”, afirmou. Na opinião de Rogério Alves, a direcção reúne todas as condições para se manter no cargo, fazendo questão de relembrar que um eventual chumbo ao Relatório e Contas não implicaria a destituição dos dirigentes “leoninos”. 

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Adeptos têm contestado direcção de Frederico Varandas OCTAVIO PASSOS/ LUSA

Varandas “não tem jeito para ser presidente”, acusa Sousa Cintra

O antigo presidente da Comissão de Gestão dos “leões”, Sousa Cintra, foi outro dos visados pelos insultos no Pavilhão João Rocha. No momento em que ia discursar, ouviu vários assobios e apupos, que o impediram de tomar da palavra. Fora do complexo desportivo, teceu críticas à gestão e postura adoptadas pelo presidente Frederico Varandas. “Infelizmente não foi possível falar. Acho que a assembleia é o lugar certo para expor os problemas do Sporting. Na minha opinião, Varandas não está a conduzir bem os destinos do clube. Uma comissão de gestão que fez um trabalho fantástico e não houve uma palavra de agradecimento? Uma coisa absurda!”, começou por dizer o antigo presidente.

Na opinião de Sousa Cintra, o dirigente do emblema de Alvalade não tem promovido a união dos sócios, e o antigo presidente acusa-o mesmo de dirigir o clube sem prestar atenção à vontade dos associados. “Não respeita minimamente os sócios. Não tem jeito para ser presidente do clube. A grandeza Sporting está entregue a um presidente do quero, posso e mando. Isto não pode ser, são coisas de muita responsabilidade. Desejo-lhe o maior sucesso, a ele e ao treinador Silas, que consigam grandes êxitos. Gostaria que os sportinguistas estivessem unidos, mas é preciso que ele dê essa palavra união”, salientou o antigo dirigente dos “leões”.