Macron pede “uma sociedade de vigilância” contra o terrorismo islamista
Presidente e membros do Governo francês homenageiam agentes da polícia de Paris mortos por colega radicalizado na semana passada.
Cinco dias depois de um atentado na sede da polícia de Paris, cometido por um funcionário da própria polícia convertido ao Islão que se radicalizou, o Presidente francês, Emmanuel Macron, discursou no local, prometendo “um combate sem tréguas ao terrorismo islamista” e apelando a que “toda a nação se mobilize face à hidra islamista”.
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Cinco dias depois de um atentado na sede da polícia de Paris, cometido por um funcionário da própria polícia convertido ao Islão que se radicalizou, o Presidente francês, Emmanuel Macron, discursou no local, prometendo “um combate sem tréguas ao terrorismo islamista” e apelando a que “toda a nação se mobilize face à hidra islamista”.
Macron apelou a que todos os franceses se unam numa vigilância permanente. “Uma sociedade de vigilância. É isso que temos de construir”, afirmou o Presidente. “Saber notar no trabalho, na escola, os descuidos, os desvios. Isso começa por vocês, funcionários públicos, servidores do Estados. Façamos um bloco, todos unidos face ao terrorismo”, apelou o governante, em resposta às críticas por não ter sido detectada, no seio da própria polícia a radicalização de Mickaël Harpon, apesar de se terem acumulado os indícios.
Harpon, o assassino de 45 anos, trabalhava na direcção de informações da prefeitura de polícia de Paris, um meio especializado na detecção de potenciais terroristas, explica o Le Monde. A 3 de Outubro, matou quatro agentes com uma faca comprada num estabelecimento perto da prefeitura de Paris, antes de ser abatido a tiro por um outro agente.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, que é alvo de críticas pela violência com que a polícia tem lidado com os protestos dos Coletes Amarelos, teve de reconhecer que houve “um mau funcionamento do Estado”, primeiro, e depois “um escândalo de Estado”. Desculpou-se, no entanto, dizendo que ele próprio “não cometeu erros”.
Est a terça-feira, estava ao lado do Presidente e do primeiro-ministro, Édouard Philippe, bem como das ministras da Justiça, Nicole Belloubet, e das Forças Armadas, Florence Parly, na cerimónia no pátio da prefeitura de polícia, no centro de Paris.
Mas, antes da cerimónia, foi submetido a uma audição, junto com o secretário de Estado do Interior, Laurenz Nunez, pela delegação parlamentar da Informação Interna, e deverá responder esta tarde no Parlamento. O Senado quer também ouvir as explicações dos governantes na quinta-feira.
Na oposição as críticas são abundantes, mas no Governo não se ouve falar em demissão do ministro do Interior.