Bancos continuam a emprestar dinheiro a juros cada vez mais baixos

Apesar dos alertas do governador do Banco de Portugal, o montante de crédito para compra de casa voltou a subir em Agosto e a taxa de juro fixou novo mínimo histórico, em 1,04%.

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Rui Gaudencio

Os bancos continuam a acelerar na concessão de crédito aos particulares, em destaque para a compra de casa, praticando juros cada vez mais baixos, que em Agosto se fixaram, em média, nos 1,04% (1,26% em Julho). Desde o final de Dezembro de 2018, os bancos já reduziram a taxa média em perto de 40 pontos base, passando de 1,4% para 1,04%.

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Os bancos continuam a acelerar na concessão de crédito aos particulares, em destaque para a compra de casa, praticando juros cada vez mais baixos, que em Agosto se fixaram, em média, nos 1,04% (1,26% em Julho). Desde o final de Dezembro de 2018, os bancos já reduziram a taxa média em perto de 40 pontos base, passando de 1,4% para 1,04%.

O novo mínimo histórico da taxa média do crédito à habitação, acompanhada de aumento do montante concedido, foi conhecido no dia em que o governador do Banco de Portugal alertou para os riscos das baixas taxas de juro na estabilidade financeira. “Estamos num tempo onde o foco da estabilidade financeira precisa de ser aumentado, de forma a acompanhar a situação actual em que a acomodação monetária e baixas taxas de juro estão a proporcionar a tomada de riscos”, defendeu Carlos Costa.

A tomada de riscos é repartida pelos bancos e pelas famílias: em Agosto o volume de crédito à habitação atingiu 971 milhões de euros, o montante mais elevado contratado mensalmente no corrente ano. A taxa de juro média recuou para 1,04%, uma descida explicada pela redução progressiva da margem dos bancos, o spread, que em dois bancos já está no intervalo mais baixo, em 1% (Bankinter e Santander).

No crédito ao consumo a evolução foi mais contida. O montante neste segmento - para a aquisição de bens, por exemplo - caiu para 466 milhões de euros, contra 515 milhões no mês de Julho, um valor que foi o mais alto do ano. A taxa de juro também registou uma tendência distinta do crédito à habitação, ao subir ligeiramente de 7% para 7,02%.

Ainda no consumo, mas para outros fins, como saúde ou educação, os bancos emprestaram 186 milhões de euros aos particulares, ligeiramente acima dos 183 milhões de euros que no mês anterior. Neste segmento, a taxa de juro também subiu, passando de 4,21% em Julho para 4,27% em Agosto.

Às empresas, os bancos emprestaram 2604 milhões de euros em Agosto, uma quebra de 21,4% face a Julho, mas um acréscimo de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. A evolução das taxas foi mista, com as operações até um milhão de euros a subir de 2,50% para 2,62%. Em montantes acima de um milhão de euros, a taxa caiu de 1,89% para 1,63%.