Relvas pede novo líder no PSD, dirigentes contrariam Rio e dizem que “resultado é mau”
Um dia depois das eleições, líderes de distritais começaram a fazer pressão sobre Rui Rio.
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O ex-ministro e ex-secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, já veio pedir “um novo líder e uma nova equipa no PSD”, depois dos resultados deste domingo. Os líderes distritais de Viseu, Leiria e Santarém contrariam a leitura que Rui Rio faz dos números que deram 27,9% ao PSD: “Não há derrotas honrosas”.
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O ex-ministro e ex-secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, já veio pedir “um novo líder e uma nova equipa no PSD”, depois dos resultados deste domingo. Os líderes distritais de Viseu, Leiria e Santarém contrariam a leitura que Rui Rio faz dos números que deram 27,9% ao PSD: “Não há derrotas honrosas”.
Miguel Relvas, um crítico da actual direcção, não tem dúvidas em afirmar que é preciso “um novo líder e uma nova equipa”, e que é até desejável antecipar o calendário previsto para as eleições directas internas – que nos prazos normais seriam em Janeiro, seguidas de congresso em Fevereiro.
O antigo braço-direito de Passos Coelho aponta a porta de saída a Rui Rio. “Na nossa tradição no PSD não há serviços mínimos. Houve líderes que ganharam e líderes que perderam — e os que perderam têm sabido tirar as ilações”, disse ao PÚBLICO esta manhã, depois de ter participado no Fórum TSF.
A leitura dos números por Rui Rio – que sublinhou não ser o desastre que se anunciou e ser até um “resultado positivo” – está a ser contestada internamente. “É uma derrota contrariamente ao que o presidente do PSD diz. É claro que não é positivo”, afirmou ao PÚBLICO Rui Rocha, que se demitiu da comissão política nacional em Julho passado em ruptura com o líder do PSD. Para já, o dirigente (também demissionário da distrital) concorda na necessidade de o presidente do partido “reflectir sobre os resultados e de tomar a sua decisão” sobre se sai do cargo ou se é recandidato. De qualquer forma, Rui Rocha defende que “o PSD tem de ter um projecto alternativo”.
O líder da distrital de Viseu, Pedro Alves, concorda que o resultado soube a pouco. “Não há derrotas honrosas”, disse, lembrando que o resultado deste domingo é “pior do que o obtido por Manuela Ferreira Leite ou por Santana Lopes, que “acabaram por sair por terem considerado que foi uma derrota”. Pedro Alves, que em Janeiro esteve ao lado de Luís Montenegro no desafio à liderança de Rui Rio, sublinhou ser importante que o PSD entre “no processo normal interno de eleições e que “seja o mais rápido possível”, havendo a possibilidade se ser antecipado dois meses. O dirigente, que foi novamente eleito deputado, assumiu que Luís Montenegro é a pessoa mais bem colocada no partido para liderar o PSD e que se houver uma disputa com Rui Rio será “interessante”.
Para Emídio Sousa, presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, o resultado “deu para respirar de alívio, mas “não deixa de ser uma derrota significativa”. No distrito, o PSD perdeu dois deputados, passando de oito para seis parlamentares.
Em Santarém, o líder da distrital, João Moura, que foi apoiante de Rui Rio, também se escusa a fazer a mesma leitura que o líder do partido: “Só não vê quem não quer. Não há derrotas morais. É mau em toda a linha”. Santarém manteve o mesmo número de deputados mas perdeu em votos. O dirigente defende que a actual equipa deve reflectir sobre a estratégia adoptada: “Não vale a pena ver fantasmas externos em todo o lado”.