Boa prestação de Patrícia Mamona insuficiente para as medalhas

Saltadora portuguesa terminou a final do triplo no oitavo lugar, nos Mundiais de atletismo. O ensaio que valeu o ouro a Yulimar Rojas aproximou-se do recorde do mundo.

Fotogaleria

A selecção portuguesa viajou para o Qatar com esperanças de medalhas assentes em grande parte nas provas de triplo salto, mas acabou por falhar o acesso ao pódio. Depois de Nelson Évora e de Pedro Pablo Pichardo no concurso masculino, neste sábado foi a vez de Patrícia Mamona testar a caixa de areia de Doha nos Mundiais de atletismo. E apesar de uma prestação regular da saltadora do Sporting, o esforço não foi suficiente para ir além da oitava posição, com 14,40m.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A selecção portuguesa viajou para o Qatar com esperanças de medalhas assentes em grande parte nas provas de triplo salto, mas acabou por falhar o acesso ao pódio. Depois de Nelson Évora e de Pedro Pablo Pichardo no concurso masculino, neste sábado foi a vez de Patrícia Mamona testar a caixa de areia de Doha nos Mundiais de atletismo. E apesar de uma prestação regular da saltadora do Sporting, o esforço não foi suficiente para ir além da oitava posição, com 14,40m.

O concurso começou com as favoritas a confirmarem o estatuto logo às primeiras impressões. Yulimar Rojas abriu a 14,87m, para logo de seguida se aproximar do recorde do mundo, com um salto a 15,37m, quatro centímetros apenas mais curto do que o recorde pessoal da venezuelana. Ainda assim suficiente, comprovar-se-ia mais tarde, para assegurar desde logo a medalha de ouro.

A jamaicana Shanieka Ricketts também teve uma entrada autoritária, com 14,81m (a 12cm do máximo pessoal), seguindo-se a compatriota Kimberly Williams (14,64m) e a incontornável Olha Saladukha, que, mesmo abaixo daquilo que vale (foi campeã do mundo em 2011 e vice-campeã em 2013), se intrometeu inicialmente na luta pelo pódio (14,52m).

À primeira ronda de saltos, portanto, percebia-se que o melhor de Patrícia Mamona dificilmente chegaria para lutar pelas medalhas. E a saltadora portuguesa arrancou mesmo um ensaio de grande qualidade, ao arrepio do que acontecera na qualificação para a final. Com 14,40m (tem 14,65m como recorde pessoal e 14,44m indoor como melhor marca em 2019), começou por ocupar a sexta posição da tabela.

O concurso prosseguiu nivelado por cima. Ricketts subiu até aos 14,92m (a um centímetro do máximo pessoal) para cimentar o segundo lugar, enquanto Keturah Orji (EUA) e Caterine Ibarguen (Colômbia) ultrapassaram Patrícia Mamona. Ainda assim, a portuguesa entrou no lote das oito atletas que tiveram direito a integrar a derradeira ronda de três saltos.

Foto

Patrícia Mamona, de resto, foi sendo bastante regular, mas acabou por concluir o concurso em perda: 14,40m, 14,34m, 14,30m, 14,17m e dois nulos. Percurso inverso fez Caterine Ibarguen, que tinha iniciado a prova muito aquém da real valia (tem como melhor marca 15,31m) mas conseguiu trepar até à medalha de bronze, com um salto a 14,73m à quinta tentativa.

Contas feitas, a saltadora portuguesa, que entrou em cena com a quinta pior marca entre as 12 finalistas, acabou por se aproximar do seu melhor nível, num concurso tremendamente competitivo, no qual a nova campeã mundial voltou a provar que continua a ser uma ameaça séria à renovação do recorde do mundo, na posse da ucraniana Inessa Kravets (15,50m) desde Agosto de 1995.