Diplomatas americanos usaram encontro do Presidente ucraniano com Trump como moeda de troca

O Presidente ucraniano conseguiria ter um encontro com Donald Trump se anunciasse uma investigação à empresa do filho de Joe Biden, disseram diplomatas norte-americanos. A dada altura, os americanos sugeriram mesmo alterações ao discurso do líder ucraniano.

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Kurt Volker, o então enviado especial à Ucrânia, foi ouvido no Congresso JIM LO SCALZO/EPA

Uma troca de mensagens entre três diplomatas norte-americanos e o Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, mostra que havia uma moeda de troca para o pedido de uma investigação da Ucrânia à empresa do filho de Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação democrata para concorrer contra Trump em 2020.

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Uma troca de mensagens entre três diplomatas norte-americanos e o Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, mostra que havia uma moeda de troca para o pedido de uma investigação da Ucrânia à empresa do filho de Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação democrata para concorrer contra Trump em 2020.

As mensagens, obtidas pelas comissões do Congresso que estão a fazer um inquérito inicial para um potencial processo de destituição do Presidente, mostram que os diplomatas deixaram claro que qualquer melhoria nas relações entre a Ucrânia e os EUA estava dependente da cooperação da Ucrânia com uma investigação à empresa de Hunter Biden, filho de Joe Biden, que é um dos nomes mais prováveis para a candidatura democrata às eleições do próximo ano.

Os três diplomatas são Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia; Kurt Volker, então enviado especial à Ucrânia; e Bill Taylor, embaixador interino em Kiev.

Nas conversas, tidas entre Julho e o início de Setembro, fica claro o envolvimento do Departamento de Estado na pressão para a investigação a Biden, e os diplomatas chegaram a ver um rascunho de um discurso do Presidente e a sugerir alterações – alterações com que os ucranianos não ficaram “confortáveis”.

O lado ucraniano tinha medo de não ser levado a sério e de ser tomado como um peão de Washington. A ideia dos norte-americanos era criar uma contranarrativa para o tema da interferência russa nas eleições de 2016, argumentando que a verdadeira interferência teria vindo da Ucrânia, a favor de Hillary Clinton.

Desconfiados, os ucranianos pediram para que a data da visita do seu Presidente à Casa Branca fosse anunciada antes do anúncio de Zelensky em relação a uma possível investigação.

O plano não foi concretizado porque Zelensky leu um artigo no site Politico dizendo que Trump suspendera 250 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia.

A dada altura, o embaixador em Kiev pergunta directamente se “estamos a dizer agora que a ajuda para segurança e o encontro na Casa Branca estão condicionados a investigações”, para a dada altura declarar : “Acho que é uma loucura suspender ajuda de segurança por ajuda numa campanha política.”