Projecto do Rossio “vai penalizar” as finanças da câmara de Aveiro
Socialistas votaram contra o projecto, numa reunião que ficou marcada pela presença de vários cidadãos que contestam a construção de um novo parque de estacionamento subterrâneo.
O executivo camarário aveirense aprovou, esta quinta-feira, a abertura do concurso público para a empreitada de requalificação do Rossio. O PS votou contra o projecto que está longe de ser consensual. No centro da polémica tem estado a construção de um parque de estacionamento em cave – cuja concessão ajudará a pagar a obra. Muitos cidadãos têm vindo a contestar esta opção e, esta quinta-feira, parte deles fizeram-se ouvir na reunião camarária, mais concretamente no período aberto ao público.
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O executivo camarário aveirense aprovou, esta quinta-feira, a abertura do concurso público para a empreitada de requalificação do Rossio. O PS votou contra o projecto que está longe de ser consensual. No centro da polémica tem estado a construção de um parque de estacionamento em cave – cuja concessão ajudará a pagar a obra. Muitos cidadãos têm vindo a contestar esta opção e, esta quinta-feira, parte deles fizeram-se ouvir na reunião camarária, mais concretamente no período aberto ao público.
Isto já depois de os vereadores da oposição socialista terem apontado várias críticas. João Sousa fez contas aos números que aparecem no concurso público, concluindo que entre o deve e o haver – o custo máximo da obra (9,8 milhões) e o valor receber pela concessão do estacionamento (3,3 milhões) - a câmara de Aveiro terá de suportar mais de 6 milhões de euros. “A situação que aqui está vai penalizar a câmara de Aveiro nas suas finanças e vai penalizar os seus munícipes”, alertou.
Antes disso, já Manuel Sousa, outro dos eleitos do PS, havia colocado em causa a legitimidade democrática para avançar com a empreitada, argumentando que “este assunto não fez parte do programa eleitoral” – os socialistas entendem que o projecto devia ter sido sujeito a um referendo. Manuel Sousa mostrou-se também preocupado com os impactos deste projecto ao nível do comércio, natureza paisagística, turismo e mobilidade, entre outras áreas. “O Rossio deve ser qualificado como um jardim verde urbano”, vincou, durante o período de discussão que antecedeu a votação.
Ribau Esteves refutou os argumentos manifestados pela oposição, assegurando que o Rossio esteve na agenda da última campanha eleitoral (autárquicas). “Todos nós fizemos campanha com este assunto”, vincou. Ainda a propósito da legitimidade democrática, o autarca sustentou que “antes da própria campanha”, ou seja, no primeiro mandato, lançou “o concurso de ideias” para a requalificação do Rossio. “Se me recandidatei era óbvio que iria dar continuidade ao processo”, argumentou.
No que diz respeito ao valor que a câmara de Aveiro terá de suportar para concretizar a empreitada, o autarca assegurou que nunca esteve previsto que fosse a concessão de estacionamento a pagar a totalidade do projecto. E acrescentou à conta uma comparticipação de fundos comunitários “que andará entre os 1,5 e os 2,5 milhões de euros” – ou seja, o montante que terá de ser suportado pelos cofres da autarquia reduzirá.
A conclusão do projecto de requalificação do Rossio foi anunciada no início desta semana, pela autarquia, numa nota pública em que destacava o aumento da área verde em 64 metros quadrados e um novo parque arbóreo, bem como “a redução, para menos de metade, da área de circulação e estacionamento automóvel à superfície, sendo este apenas para cargas e descargas.
O desenho final – apresentado num vídeo que já contabiliza quase 9.000 visualizações - confirma, ainda, a reformulação da circulação automóvel, permitindo apenas um sentido de trânsito na Rua João Mendonça.