CDS-PP: manhã ao ataque e encontro estragado à tarde
Assunção Cristas não poupou Ferro Rodrigues por não convocar comissão permanente sobre Tancos nesta semana.
Assunção Cristas tem usado todos os dias da campanha oficial do CDS para falar no caso de Tancos. Sempre a malhar. No PS, no Governo, especialmente em António Costa e nos “partidos da esquerda”. O presidente da Assembleia da República também já tinha levado várias “caneladas” da centrista ao longo da legislatura. Ontem, a propósito das decisões tomadas na conferência de líderes parlamentares, a presidente do CDS “esticou a corda” além do que se podia imaginar.
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Assunção Cristas tem usado todos os dias da campanha oficial do CDS para falar no caso de Tancos. Sempre a malhar. No PS, no Governo, especialmente em António Costa e nos “partidos da esquerda”. O presidente da Assembleia da República também já tinha levado várias “caneladas” da centrista ao longo da legislatura. Ontem, a propósito das decisões tomadas na conferência de líderes parlamentares, a presidente do CDS “esticou a corda” além do que se podia imaginar.
Uma deputada e presidente de um partido afirmar que Ferro Rodrigues não coloca “em primeiro lugar, como o seu lugar na hierarquia do Estado exige (…), a protecção da instituição democrática que é o Parlamento” é grave, mas não surpreende.
O CDS diz que o caso Tancos é uma das suas bandeiras e que fala dele porque vai contra tudo o que são os valores do partido, nomeadamente “a defesa das instituições democráticas”. Mas não é menos verdade que Cristas vê o tema como um trunfo eleitoral e colocou nele uma boa parte das suas fichas desta jornada eleitoral. Daí valer quase tudo. Domingo se verá se a estratégia resultou.
A tarde é que não correu particular bem a Cristas. A arruada marcada para a Rua de Santa Catarina, no Porto, era para começar às 17h e só arrancou às 18h. A líder do CDS recebeu apoios, mas também muitos e ruidosos protestos.
Mas a confusão maior aconteceu antes do passeio. Às 15h45, o CDS partilhou no Whatsapp oficial do partido, com todos os jornalistas que acompanham a caravana, a seguinte informação: “Hoje, 21h – Casa da Música, no Porto. Assunção Cristas e Rui Moreira assistem ao espectáculo – Elas e o Jazz.”
O gesto — vindo de um autarca que estabeleceu uma coligação pré-eleitoral com o CDS na Câmara do Porto — tinha um significado político e o PÚBLICO noticiou: “Rui Moreira apoia CDS.”
“É falso. Nunca apoiei o CDS e não vou apoiar o CDS. Aliás, não vou logo à Casa da Música. Não fui consultado sobre esta notícia”, escreveu o presidente da Câmara do Porto pouco depois no Facebook do PÚBLICO, onde fez publicar um texto a título de direito de resposta, no qual sublinha não ter sido ouvido pelo jornal e reitera que, “por razões pessoais”, decidiu não ir ao espectáculo na Casa da Música.
Assunção Cristas foi questionada sobre este facto e apenas respondeu que ia ao espectáculo. Às 19h23 surgia a seguinte informação no Whatsapp oficial do CDS: “Assunção vai na mesma à Casa da Música mas com a companhia do marido, a Cecília Meireles e algumas pessoas da campanha do Porto. Não vai haver declarações aos jornalistas.”
Nem era preciso, o encontro já tinha sido estrado.