BE: “Não temos nenhum olhar triunfalista porque ainda temos muito por fazer”
O Bloco de Esquerda começou o dia a criticar a fuga aos impostos das grandes empresas e lembrou as suas propostas para uma “legislação mais séria”. Em Coimbra, Catarina Martins assumiu que “ficou trabalho por fazer”.
Marisa Matias, Mariana Mortágua, Joana Mortágua e Catarina Martins. “Estamos cá todas”, situou a eurodeputada à chegada da Feira de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga. Entre feirantes e clientes, a altura de Catarina Martins foi amplamente comentada à sua passagem entre as tendas e bancadas. O metro e meio da líder bloquista não engana: Catarina Martins pode ser baixa, mas o partido só pensa em crescer.
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Marisa Matias, Mariana Mortágua, Joana Mortágua e Catarina Martins. “Estamos cá todas”, situou a eurodeputada à chegada da Feira de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga. Entre feirantes e clientes, a altura de Catarina Martins foi amplamente comentada à sua passagem entre as tendas e bancadas. O metro e meio da líder bloquista não engana: Catarina Martins pode ser baixa, mas o partido só pensa em crescer.
Foi no meio do pequeno comércio que Catarina Martins atacou as grandes empresas. A líder do Bloco apontou os 630 milhões de euros em IRC perdidos em impostos pela fuga dos lucros das empresas para paraísos fiscais noticiados pelo Jornal de Negócios, esta quarta-feira. “São 630 milhões de euros que as maiores empresas portuguesas não pagaram dos impostos que eram devidos. Estes 630 milhões de euros davam para quase cinco vezes de aumento extraordinário das pensões”, afirmou.
Notando que o baixo valor das pensões é uma das queixas que mais ouve quando está nas ruas, Catarina Martins criticou “a injustiça e desigualdade do país” e apontou a fuga ao fisco como “um dos problemas que temos de combater”. “Não é aceitável que as maiores empresas do país sejam premiadas naquilo a que chamam planeamento fiscal e que é de facto uma fuga ao fisco.”
Para isso, o Bloco de Esquerda defende uma “legislação mais séria” de “combate ao planeamento fiscal agressivo das empresas” e a tributação “das empresas pelos lucros que fazem no país. São 630 milhões de euros que faltam aos cofres do Estado porque foram para offshores”.
O tema de Tancos não largou a campanha (nem o Bloco de Esquerda). À insinuação vinda da direita que o voto ao lado do PS para que a comissão parlamentar se realize na próxima semana é uma protecção dos bloquistas aos socialistas, Catarina Martins respondeu apenas: “Quando não há mais nada a dizer, podem repetir-se chavões”.
À saída de uma visita ao Centro de Medicina do Sono do Hospital dos Covões, em Coimbra, onde quis elogiar os bons exemplos do Serviço Nacional de Saúde, a líder do Bloco fez um mea culpa. “Assumimos que na Saúde falta investimento. Assumimos que não respondemos como devíamos responder às pessoas que todos os dias constroem os serviços públicos deste país. O Bloco de Esquerda não esconde nenhuma das suas responsabilidades. Foram dados passos importantes, mas não temos nenhum olhar triunfalista sobre os últimos quatro anos porque ainda temos muito por fazer.”