Estás em Lisboa e apetece-te chorar? Este mapa diz-te para onde ir
Cenários dramáticos, monumentais ou com comida a acompanhar: a ilustradora Joana Estrela reuniu os dez melhores locais para chorar, agora em Lisboa. O Map for Crying Travellers está à venda por 7,5 euros.
São lugares “poéticos ou dramáticos”, espalhados pela cidade, perfeitos para… chorar. O Map for Crying Travellers é a segunda dose de “serviço público” que Joana Estrela oferece: depois do Porto, a ilustradora mapeou os melhores sítios em Lisboa para visitar em momentos de lágrima no olho.
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São lugares “poéticos ou dramáticos”, espalhados pela cidade, perfeitos para… chorar. O Map for Crying Travellers é a segunda dose de “serviço público” que Joana Estrela oferece: depois do Porto, a ilustradora mapeou os melhores sítios em Lisboa para visitar em momentos de lágrima no olho.
Na lista de dez locais figuram, por exemplo, o Oceanário, os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian e o Miradouro de Santo Estêvão. “O Oceanário é muito calmo. Tem uma zona onde as pessoas passam, mas há sítios onde dá para estar sentada quase no escuro, a ver os aquários”, explica. Um cenário tão deprimente quanto agradável — e totalmente livre de constrangimentos (os peixes não vão julgar). Já o Miradouro de Santo Estêvão, por não ter muitos visitantes, permite desfrutar de uma vista para o rio sabendo que há “menos probabilidades de a tua cara vermelha de choro aparecer na selfie de um turista”.
Em 2016, quando lançou o mapa de sítios para chorar no Porto, Joana contava ao P3 como, apesar de ter sido pensado para turistas, eram os portugueses quem mais compravam o mapa. Por isso, quando elaborou este, a ilustradora já sabia que, à partida, “quem ia achar piada eram os lisboetas”. “O mapa não é útil para quem vem visitar a cidade, porque na verdade tem sítios que não interessam a ninguém”, refere, entre risos. Como a estação de metro do Colégio Militar: “Não é um sítio bom para visitar, mas é engraçado porque toda a gente tem alguma história daquele sítio.”
O seu preferido é o Disgraça, na Rua da Penha de França: um espaço “meio misterioso, com refeições vegetarianas”. “É muito punk e estranho, e toda a gente fuma lá dentro” — o que pode diminuir a visibilidade e permitir que os chorões passem despercebidos. Mas há mais opções: a Boca do Inferno, em Cascais, oferece um cenário dramático e potencialmente catártico, que “pode ajudar-te a voltar com o sentimento de que renasceste"; já o Cais das Colunas, na Praça do Comércio, é “tão grande que te sentes sempre sozinho” e “insignificante”. Perfeito.
A ilustradora sugere também uma sessão de choro ao som do Fado Bicha — onde quer que eles estejam —, ou uma boa dose de lágrimas derramadas em frente à loja da Era, no Arco do Cego, enquanto vês a quantidade de apartamentos à venda ou para alugar e pensas que “nunca vais conseguir pagar nenhum deles”. Também há opções para os que gostam de acariciar o estômago quando estão mais em baixo: o Turkish Kebab House, na Avenida Almirante Reis, tem uma sala de jantar no piso superior que “está sempre vazia”. “Privacidade e batatas fritas”, quem não adora?
O Map for Crying Travellers pode ser adquirido por 7,5 euros no site de Joana Estrela, na Ó! Galeria no Porto ou em Lisboa, na Senhora Presidenta, no Porto, ou na It's a Book, em Lisboa.