Protecção Civil dos Açores em alerta máximo para enfrentar Lorenzo com cerca de 700 operacionais

IPMA diz que o furacão “deverá passar com a categoria 1 a aproximadamente 100 km a oeste das Flores afectando todo o arquipélago, mas em “especial o grupo ocidental”. No terreno estarão elementos da Protecção Civil, militares, bombeiros, polícias e profissionais de saúde.

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População prepara-se para a passagem do furacão Reuters/RAFAEL MARCHANTE

O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) está em alerta máximo para enfrentar o furacão Lorenzo, que vai atravessar aquele arquipélago durante a madrugada e manhã desta quarta-feira.

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O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) está em alerta máximo para enfrentar o furacão Lorenzo, que vai atravessar aquele arquipélago durante a madrugada e manhã desta quarta-feira.

No total, o SRPCBA, que coordena toda a operação, conta com cerca de 700 elementos no terreno preparados para prestar auxílio às populações, podendo este número vir a ascender aos 1000 operacionais, segundo fonte oficial do SRPCBA. Entre os elementos, incluem-se militares, bombeiros, polícias, profissionais de saúde e agentes da Direcção das Obras Públicas e dos Serviços Florestais.

“Tomámos todas a precauções necessárias para enfrentar o furacão Lorenzo, nomeadamente com a activação do plano regional de emergência da Protecção Civil. Temos contacto com todas as entidades e agentes de protecção civil e com todas as câmaras municipais. Fizemos uma avaliação nas zonas de orla costeira que poderão ser afectadas e temos contactado as autoridades marítimas, que estão a tomar todas as providências junta à orla marítima”, avançou ao PÚBLICO o presidente do SRPCBA, coronel Carlos Neves.

As Forças Armadas entram em alerta vermelho às 0h locais (menos uma hora no continente), de modo a “estarem disponíveis para responder a todas as solicitações”, tal como acontecerá com a PSP. Os corpos de bombeiros também foram “todos activados”, tendo as equipas dos comandos das ilhas do grupo central sido reforçadas por bombeiros de São Miguel.

Também as “equipas de emergência pré-hospitalar foram aumentadas”, com médicos e enfermeiros, sobretudo nas ilhas das Flores e Graciosa por serem aquelas com apenas um centro de saúde. O coronel Carlos Neves assinala que “também foram enviados operacionais da Direcção Regional das Obras Públicas e dos Serviços Florestais”, de modo a que, “em situações de remoção de escombros” ou “corte de árvores”, se possa “repor o mais rapidamente possível a vida normal” das populações.

O furacão Lorenzo vai atravessar os Açores na categoria 1 na escala de Saffir-Simpson (que vai de 1 a 5, por grau de intensidade). Ainda assim, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a tempestade vai chegar na noite de terça para quarta-feira às ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental), com ventos extremamente fortes e “uma probabilidade de 40% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h”. Prevê-se forte agitação marítima e as ondas poderão chegar a uma altura máxima de 25 metros.

Desloca-se a “41 km/h"

O IMPA enviou um comunicado às 22h desta terça-feira adiantando que o furacão se encontrava, pelas 18h, “a aproximadamente 620 km a sudoeste da ilha das Flores, deslocando-se para nordeste a uma velocidade de 41 km/h”. O instituto voltou a referir que “deverá passar com a categoria 1 a aproximadamente 100 km a oeste das Flores afectando especialmente o grupo ocidental”. Mas todo o “arquipélago sentirá efeitos do furacão”.

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As equipas foram reforçadas no Corvo, com seis operacionais dos serviços florestais, um enfermeiro e cinco bombeiros. E para as Flores foram enviados nove bombeiros, quatro operacionais da protecção civil (um inspector-coordenador de bombeiros, um chefe de divisão de planeamento de operações e direcção de riscos e dois operadores de comunicações), um médico e um enfermeiro.

Entre as ilhas do grupo ocidental, prevê-se que o concelho das Lajes das Flores seja um dos mais afectados. O presidente da câmara municipal, Luís Maciel, disse ao PÚBLICO que todos “os meios da câmara estão preparados”, assegurando uma “total articulação com as autoridades da protecção civil”. É nas Lajes que se situa a freguesia da Fajãnzinha, que em 2010 ficou isolada devido ao deslizamento de terras. Esta freguesia, juntamente com a da Fajã Grande, vão ser alvo de uma “atenção especial”, tendo que em conta que só têm um único acesso, “que às vezes fica interdito porque fica numa zona propícia a deslizamentos de terra e quedas de árvores”. 

A meio da tarde desta terça-feira, os bombeiros de Santa Cruz das Flores já tinham todos os elementos distribuídos por várias zonas da ilha e às 20h o dispositivo total de prevenção foi mobilizado. “Teremos 32 elementos empenhados”, destacou o comandante Fabiano Costa.

Vasco Cordeiro, o presidente do governo regional, vai acompanhar a passagem do furacão nas Flores, estando os restantes membros do executivo distribuídos pelas outras oito ilhas dos Açores. O primeiro-ministro António Costa alterou a agenda desta quarta-feira para, caso seja necessário, viajar até aos Açores. Marcelo Rebelo de Sousa também já ligou a Vasco Cordeiro para estar a par da preparação da região para passagem do furacão.

Ainda antes de chegar, o Lorenzo obrigou ao encerramento dos portos das ilhas das Flores, Corvo, Faial, Pico e São Jorge e ao cancelamento de uma ligação Lisboa-Horta-Lisboa e de mais de 20 voos entre as ilhas açorianas previstos para quarta-feira e operados pela SATA.

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