OMC revê crescimento do comércio mundial em baixa

Guerra comercial, abrandamento da economia e Brexit sem acordo, são motivos para o abrandamento do comércio internacional.

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A persistência de um clima de guerra comercial entre os EUA e a China e os sinais de abrandamento na economia mundial forçaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) a rever esta terça-feira em baixa as suas previsões de crescimento do comércio internacional, alertando que um cenário de Brexit sem acordo pode conduzir a uma nova deterioração das expectativas no futuro.

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A persistência de um clima de guerra comercial entre os EUA e a China e os sinais de abrandamento na economia mundial forçaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) a rever esta terça-feira em baixa as suas previsões de crescimento do comércio internacional, alertando que um cenário de Brexit sem acordo pode conduzir a uma nova deterioração das expectativas no futuro.

A actualização semestral das projecções anunciada pela OMC colocou a estimativa de crescimento do comércio mundial de bens em apenas 1,2% durante este ano, um valor que é menos de metade da estimativa de 2,6% apresentada pela instituição em Abril. E em relação a 2020, a previsão passou de 3% em Abril para 2,7% agora.

“O cenário sombrio para o comércio internacional é desencorajante, mas não inesperado”, declarou a apresentação do relatório o director-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo. A evolução tão modesta das trocas comerciais acontece numa altura em que, não só se regista um abrandamento das economias um pouco por todo o mundo, como a imposição de taxas alfandegárias mais elevadas, especialmente entre os EUA e a China, fazem com que os fluxos comerciais internacionais sejam afectados.

A OMC nota que durante os primeiros três trimestres deste ano, esse abrandamento no comércio já foi muito evidente, o que explica a revisão acentuada na estimativa de crescimento deste ano.

Para 2020, a revisão é mais modesta, mas a OMC alerta que na eventualidade de concretização dos riscos actualmente existentes, uma nova revisão em baixa das previsões pode ser necessária. Em particular, é destacado o potencial efeito negativo de uma saída do Reino Unido da União Europeia feita sem um acordo entre as partes.

É por isso que, para além de apresentar o valor central das suas previsões de crescimento, a OMC decidiu também mostrar quais os intervalos de previsão que está a considerar e que são, por força dos riscos existentes, bastante alargados. Assim, para 2019, a previsão da OMC é de 1,2%, num intervalo situado entre 0,5% e 1,6%. Para 2020, a previsão de 2,7% está num intervalo entre 1,7% e 3,7%.