Um enorme icebergue soltou-se da Antárctida
O D28 tem uma área com mais de 1600 km² e é o maior pedaço de gelo dos últimos 50 anos a separar-se da plataforma de Amery. Cientistas explicam que o fenómeno não está ligado às alterações climáticas.
Um icebergue gigante, com 1 636 km² de área, separou-se da plataforma de gelo Amery, na Antárctida. Chama-se D28 e tem uma área de 1636 km2, o que faz dele o maior em mais de 50 anos a desprender-se da Amery. Para termos uma ideia mais nítida, falta muito pouco para ter a mesma área da península de Setúbal, que abrange 1 729 km², ou, se preferirmos, tem duas vezes a área da ilha da Madeira ou 16 vezes a área do concelho de Lisboa.
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Um icebergue gigante, com 1 636 km² de área, separou-se da plataforma de gelo Amery, na Antárctida. Chama-se D28 e tem uma área de 1636 km2, o que faz dele o maior em mais de 50 anos a desprender-se da Amery. Para termos uma ideia mais nítida, falta muito pouco para ter a mesma área da península de Setúbal, que abrange 1 729 km², ou, se preferirmos, tem duas vezes a área da ilha da Madeira ou 16 vezes a área do concelho de Lisboa.
Devido ao seu tamanho, o D28 terá de ser monitorizado constantemente, pois pode tornar-se perigoso para a navegação marítima. Estima-se que a espessura do D28 atinja os 210 metros de profundidade e que contenha 315 mil milhões de toneladas de gelo.
Os cientistas já esperavam que ocorresse a separação de um icebergue na plataforma Amery. No entanto, a atenção estava virada para uma zona mais a Este da parte que acabou por se desprender. Esta zona mais a Este é conhecida por “dente a abanar”, que, apesar de instável, mantém-se presa. “É o molar comparado com o dente de leite”, clarifica Helen Fricker, investigadora da Instituição Scripps de Oceanografia, em declarações à BBC News.
A equipa sublinha que não há nenhuma ligação entre este evento e as alterações climáticas. É normal a separação de grandes icebergues a cada 60 ou 70 anos. “Apesar de haver muitas preocupações em relação à Antárctida, não há motivo para alarme no que diz respeito à plataforma de gelo Amery”, assegura Helen Ficker.
Sue Cook, investigadora do Instituto de Estudos Marinhos e Antárcticos, lembra, contudo, que as alterações climáticas poderão aumentar a separação de icebergues no futuro. “À medida que as águas à volta da Antárctida aquecerem, as plataformas de gelo vão ficar mais finas e mais vulneráveis a partirem-se”, explica, citada pela rádio australiana ABC.
A Amery é a terceira maior plataforma de gelo da Antárctida e é um importante canal de escoamento na parte Este do continente. A neve e o gelo que fluem para o oceano acumulam-se a jusante, alimentando os glaciares que dão origem às plataformas. O desprendimento de icebergues é uma maneira de contrabalançar a neve e o gelo que se vão acumulando a montante. A Amery produziu o seu maior icebergue, com 9 mil km², no início da década de 1960.
Texto editado por Andrea Cunha Freitas