Casal sofre agressão homofóbica no Terreiro do Paço
Casal foi atacado por quatro homens no domingo. Agressores foram identificados pelas autoridades.
Um casal foi vítima de agressão homofóbica, com violência física a um deles, por parte de quatro homens, no domingo, pelas 19h40, no Terreiro do Paço, em Lisboa, disse esta segunda-feira a Polícia de Segurança Pública (PSP).
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Um casal foi vítima de agressão homofóbica, com violência física a um deles, por parte de quatro homens, no domingo, pelas 19h40, no Terreiro do Paço, em Lisboa, disse esta segunda-feira a Polícia de Segurança Pública (PSP).
A vítima que sofreu agressões físicas foi assistida no local, mas recusou ser transportada para o hospital, indicou a PSP, adiantando que o casal já apresentou queixa da agressão homofóbica, que ocorreu após os quatro homens suspeitos das agressões terem tentado vender produto estupefaciente.
“Foram identificadas quatro pessoas”, afirmou à Lusa fonte da polícia, explicando que o processo vai seguir agora os trâmites legais, através dos tribunais.
Em declarações à agência Lusa, a associação ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero disse ter recebido o relato de uma das vítimas deste incidente em pleno Terreiro do Paço, em Lisboa, considerando que “este é só um exemplo, entre vários, do enorme trabalho de conscientização, de políticas públicas, da necessidade de segurança que a comunidade LGBTTT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgénero] reivindica e continua a reivindicar todos os anos”.
“Tanto quanto percebemos já deram seguimento aos passos que serão os naturais, que é accionar a polícia e as autoridades competentes, e agora é esperar que haja uma investigação adequada e imparcial para esta situação, mas tendo acontecido no Terreiro do Paço, onde inclusivamente está sempre presente a Polícia Municipal, que terá sido inclusivamente testemunha desta situação, não nos parece que haja aqui grandes questões a resolver”, declarou a coordenadora do Observatório da Discriminação da ILGA, Marta Ramos.
Esta associação dispõe de um serviço de apoio à vítima específico para estas situações, prestando “todo o tipo de apoio, desde jurídico a apoio psicológico, que a pessoa possa requerer, mas inclusivamente na articulação com as autoridades, com a polícia, desde o preenchimento da ocorrência e de ir, inclusivamente, com a vítima à esquadra para apresentar queixa”.
Recorrendo aos dados do Observatório da Discriminação, publicados todos os anos, Marta Ramos reforçou que os casos de vítimas de homofobia continuam a ser uma realidade, apesar de “muitas pessoas acharem que já não existe discriminação e violência contra pessoas LGBT em Portugal, porque há um conjunto de leis que foram aprovadas”.
“São casos como este que vêm provar que, infelizmente, as pessoas LGBT continuam a ser vítimas de homofobia e transfobia que, inclusivamente, pode dar origem a situações graves como estas em que há agressão física e discurso de ódio, que foi a situação que nos foi relatada”, apontou a responsável da ILGA.
Como particularidades deste caso de agressão homofóbica, Marta Ramos referiu o local e a hora onde tal ocorreu, numa praça emblemática da cidade de Lisboa, em plena luz do dia, o que transmite uma sensação de “quase de impunidade de as pessoas agressoras terem achado que estavam no seu perfeito direito de agredir e de insultar naquele local, inclusivamente é onde se realiza o maior evento LGBT do país, que é o Arraial Lisboa Pride”.