Centeno chamado para “virar” a campanha
Socialistas querem encerrar o caítulo de Tancos na campanha, mas a tarefa não é fácil.
O dia em que Tancos continuou a fazer títulos, foi o dia que o PS escolheu para “virar” a campanha. Até chamou uma estrela da companhia, o “Ronaldo do Eurogrupo”, para dar a volta ao texto. Em vez de casos, o PS queria discutir números.
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O dia em que Tancos continuou a fazer títulos, foi o dia que o PS escolheu para “virar” a campanha. Até chamou uma estrela da companhia, o “Ronaldo do Eurogrupo”, para dar a volta ao texto. Em vez de casos, o PS queria discutir números.
António Costa e Mário Centeno acabaram por falar à mesma hora, em sítios diferentes, num atropelo raro em campanhas eleitorais entre as duas figuras principais de um partido. Mas o efeito foi o desejado: concentrar atenções para os temas em que os socialistas têm cartas positivas para mostrar. No Largo do Rato, o ministro das Finanças, que garantiu estar ali na pele de “candidato”, puxou dos números para desfazer as contas do “Centeno do PSD”, com quem não irá debater, porque Joaquim Sarmento não é candidato. O cenário macroeconómico do PSD é “materialmente impossível”, “inconsistente” e mostra um partido “com visão errónea da política portuguesa” porque “continua a fantasiar como se o Diabo tivesse chegado”.
Ainda assim, Centeno diz que aceita um debate sobre o assunto, mas não com qualquer pessoa: “Quando nos apresentamos a eleições apresentamo-nos como candidatos a deputados e, portanto, se houver algum candidato a deputado do PSD, em particular o dr. Rui Rio, que queira debater estas questões comigo, não terei nenhuma dificuldade”, respondeu, acrescentando que “em eleições os líderes debatem com os líderes, os candidatos com os candidatos”. Perante esta tomada de posição, o PSD propôs Álvaro Almeida para um frente-a-frente com o socialista.
Em Cacilhas, António Costa recusou entrar no “pingue-pongue” com o PSD e acusou Rui Rio de ter perdido todas “as oportunidades para apresentar uma alternativa credível ao país”. “Não tem alternativas, não tem programa, não tem equipa e, portanto, refugia-se em casos”. Mais tarde, haveria de insistir que os portugueses o que querem saber “é saber o que cada um se propõe fazer e quem fala de outros temas é porque não tem nada para dizer”.