BE: Juntar o interior para levar Viseu para S. Bento

A caravana bloquista esteve neste domingo em Viseu, onde juntou sete dos distritos onde não elegeu nenhum deputado em 2015 para pedir mais força parlamentar em troca de mais investimento para o interior.

Foto
A líder bloquista quer eleger Bárbara Xavier por Viseu, um distrito que nunca enviou para o Parlamento deputados à esquerda do PS LUSA/Nuno André Ferreira

Bragança, Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Vila Real, Viseu e Évora. O interior do país (e um pedaço do Alentejo) coube na Pousada de Viseu para um almoço com cerca de 250 apoiantes bloquistas. Um a um, os cabeças de lista subiram ao palco e pediram mais investimento para o interior. Catarina Martins prometeu investimento e pediu votos na candidata do distrito anfitrião. Neste domingo, os holofotes estiveram voltados para Bárbara Xavier, a candidata de Viseu que o Bloco quer levar para São Bento.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Bragança, Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Vila Real, Viseu e Évora. O interior do país (e um pedaço do Alentejo) coube na Pousada de Viseu para um almoço com cerca de 250 apoiantes bloquistas. Um a um, os cabeças de lista subiram ao palco e pediram mais investimento para o interior. Catarina Martins prometeu investimento e pediu votos na candidata do distrito anfitrião. Neste domingo, os holofotes estiveram voltados para Bárbara Xavier, a candidata de Viseu que o Bloco quer levar para São Bento.

Numa curta arruada que não durou mais que 15 minutos, Catarina Martins ia respondendo às interpelações e apresentando a candidata independente por Viseu. “Já conhece a Bárbara?”, dizia a cada dois beijinhos. A ambição dos bloquistas é assumida: querem fazer história no “cavaquistão” e eleger, pela primeira vez em 40 anos, um candidato à esquerda do PS.

Catarina Martins recebeu conselhos para esta segunda semana de campanha: “Não lavem a roupa toda, falem do que o país precisa”, pediu-lhe um eleitor. A bloquista sorriu.

No arranque da segunda fase na estrada – que se prevê mais intensa –, a mensagem deixada em Viseu foi transversal: os sete candidatos querem mais investimento para o interior e criticam as políticas de abandono para as quais vêem a região ser constantemente empurrada. Para isso, o Bloco de Esquerda propõe três medidas concretas: a reabertura dos serviços públicos; o direito à mobilidade e acesso aos transportes públicos e uma nova política para o território que proteja as comunidades rurais.

Há excedentes em Portugal nas contas públicas quando falta tudo no interior”, afirmou a coordenadora bloquista entre palmas, numa referência às cativações do Ministério das Finanças, um dos temas que o Bloco de Esquerda tem trazido sistematicamente à campanha.

Catarina Martins diz que o seu partido quer contrariar a lógica de desinvestimento no interior, que vê crescer o despovoamento por falta de serviços públicos, por sua vez encerrados com o pretexto de falta de utentes.

“Sabemos que não se pode simplesmente voltar atrás. Não seria sério dizermos que vamos reabrir todos os serviços públicos que fecharam”, assume. Por isso, o Bloco de Esquerda defende a aplicação de “um programa de reabertura dos serviços públicos nos territórios em colaboração com as autarquias” que faça uma avaliação das necessidades das populações “aumentando a coesão dos territórios”.

Foto
Catarina Martins quer um plano de reabertura de serviços públicos para o Interior LUSA/Nuno André Ferreira

Já sobre o direito à mobilidade, Catarina Martins recorreu a uma das propostas mais faladas na campanha: a defesa de um Plano Ferroviário Nacional que una as capitais de distrito até 2040. Apresentando alternativas em vez de penalizações, a coordenadora do Bloco disse que “há quem julgue que defender o ambiente é cobrar impostos e portagens a quem não tem outra alternativa se não usar carro pessoal”. “Não é essa a proposta do Bloco de Esquerda”, ressalvou. “Temos um Plano Ferroviário para todo o país, garantindo condições de mobilidade em todo o país. É assim que se responde. Não é penalizando quem é mais penalizado”, ditou.

Para uma nova política para o território, Catarina Martins defendeu uma alteração da indústria. “O abandono da agricultura não é fruto do acaso. É fruto do país.” Por isso, o Bloco quer “proteger os rios e solos” e mais apoio para as comunidades rurais para que “os pequenos proprietários não fiquem reféns do eucalipto ou celulose”.

Sem deixar escapar críticas à direita, e depois de sublinhar que quer roubar um deputado ao CDS no distrito no qual discursava, Catarina Martins terminou a sua intervenção em Viseu apelando ao voto de quem vive no interior para que o Bloco consiga “um grupo parlamentar forte”.