Município de Londres pede que Boris Johnson seja investigado por beneficar empresária

Suspeita de conflito de interesses surge em torno da ligação do agora primeiro-ministro à model e empresária norte-americana Jennifer Arcuri.

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Johnson está sob suspeita de ter favorecido uma amiga e ter abusado de fundos públicos NEIL HALL/EPA

O município de Londres pediu formalmente a abertura de uma investigação ao primeiro-ministro, o conservador Boris Johnson, por suspeita de conflito de interesses, quando era mayor de Londres, beneficiando uma empresária norte-americana sua amiga entre 2008 e 2016, o período em que desempenhou o cargo de presidente da câmara da capital britânica.

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O município de Londres pediu formalmente a abertura de uma investigação ao primeiro-ministro, o conservador Boris Johnson, por suspeita de conflito de interesses, quando era mayor de Londres, beneficiando uma empresária norte-americana sua amiga entre 2008 e 2016, o período em que desempenhou o cargo de presidente da câmara da capital britânica.

A empresária e ex-modelo Jennifer Arcuri, de 34 anos, terá recebido 126 mil libras (141 mil euros) em dinheiros públicos e tido acesso privilegiado a patrocínios em viagens comerciais no estrangeiro, graças à intervenção de Boris Johnson, revelou na semana passada o jornal The Sunday Times. Entre outros apoios do município de Londres, a empresa de Arcuri recebeu um patrocínio de 10 mil libras em 2013 e Johnson discursou em vários eventos da organização, além de participar num Google hangout com Arcuri. Mesmo depois de regressar aos EUA, Arcuri veio ainda a beneficiar de apoios estatais britânicos.

Numa nota, o município de Londres, liderado agora pelo trabalhista Sadiq Khan, disse ter “informações de que pode ter havido crime”.

O município de Londres informou hoje ter solicitado à comissão independente de queixas da polícia (Independent Police Complaints Commission), que investigue se a empresária Arcuri beneficiou da sua relação de então com o autarca.

Um porta-voz de Downing Street negou qualquer conflito de interesses neste caso: “O primeiro-ministro, como presidente da câmara de Londres, fez uma tremenda quantidade de trabalho para vender a nossa capital em todo o mundo”, justificou a fonte, que disse que “tudo foi feito corretamente e da maneira normal”.

O Guardian adianta ainda que uma fonte do Governo garante que o primeiro-ministro não foi avisado deste procedimento. “Este é um ataque com motivações políticas. Não foram seguidos os devidos procedimentos e o momento escolhido teve motivos abertamente políticos.”