Doha está a preparar-se para o resto da sua vida
Arquitectura “de autor”, hotéis e resorts de luxo, museus, praias e deserto: o que Doha andou para aqui chegar. Mas, não saciada, a capital do Qatar continua a transformar-se enquanto se prepara para receber o Mundial de Futebol.
A ideia até é que represente a vela de um dhow, as embarcações que há séculos cruzam diligentemente o Golfo Pérsico, mas é uma espécie de pirâmide maia que percepcionamos ao fundo da avenida. “Degraus” bem definidos, cor de areia contra o azul intenso do mar – e, agora, contra o vidro e aço que a abraçam por trás. Tem 15 andares e durante uma década foi o edifício mais alto de Doha – foi também o primeiro hotel cinco estrelas da cidade. O Sheraton Grand Doha Resort & Convention não se destaca apenas pela arquitectura – até porque, e iremos lá rapidamente, a arquitectura na capital do Qatar é quase como as dunas de areia do deserto do país: rapidamente cambiante (e a esconder “rosas”). O hotel, aberto em 1983, pode ser visto quase como uma metáfora do Qatar – foi construído pela cadeia norte-americana, mas com subsídio do governo, que é como quem diz, do emir, do recém-independente país (em 1971, do Reino Unido).