Imprensa Nacional: 250 anos de história para descobrir
Até 24 de Novembro, visite a exposição coordenada pela historiadora Inês Queirós no Picadeiro do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa. A entrada é gratuita.
Sabe como funcionava a editoria nacional nos tempos da realeza? E na passagem para a República? Fique a conhecer as respostas a estas e outras perguntas na exposição “Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional”, que já pode visitar, de forma gratuita, no Picadeiro Real do Antigo Colégio dos Nobres, perto do Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Jardim Botânico de Lisboa. A organização é da responsabilidade da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM).
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Sabe como funcionava a editoria nacional nos tempos da realeza? E na passagem para a República? Fique a conhecer as respostas a estas e outras perguntas na exposição “Indústria, Arte e Letras. 250 Anos da Imprensa Nacional”, que já pode visitar, de forma gratuita, no Picadeiro Real do Antigo Colégio dos Nobres, perto do Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Jardim Botânico de Lisboa. A organização é da responsabilidade da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM).
Com um alcance espacial e histórico abrangente, a mostra procura retratar a origem e evolução da prestigiada Imprensa Nacional, que surgiu em tempo de reis e encontra hoje uma realidade bastante exigente perante a revolução digital. No total, são 10 núcleos temáticos, divididos temporalmente, que ilustram uma narrativa cronológica, de 1768 até ao presente. Lá, os visitantes ficam a saber mais sobre o surgimento da então baptizada Impressão Régia, indissociável da influência francesa – país que inspirou culturalmente o resto do mundo com as suas ideias (e ideais) vanguardistas –, e a sua adaptação à efervescência dos tempos.
Nesta exposição poderá ainda ter uma explicação sobre o presente e o futuro da INCM, assim como uma abordagem sobre os desafios da inovação, nomeadamente no que concerne à impressão gráfica de segurança e ao acesso ao conhecimento na era digital.
O testemunho de um Portugal em mudança
Foi criada em tempos de monarquia, sobreviveu a guerras, mudanças políticas e sociais, e enfrenta agora um dos desafios mais exigentes de sempre: a era digital. Falamos da Imprensa Nacional, criada por Alvará Régio em 1768, durante o reinado de D. José I, então com a designação de Impressão Régia (ou Régia Oficina Tipográfica).
Imaginada por reis, na época de ouro da impressão, a Imprensa Nacional acompanhou diferentes formas de governação, assim como culturas, sociedades e indústrias em constante transformação. Como tal, conhecer melhor o passado da INCM é redescobrir a história do país, bem como personalidades e acontecimentos mais desconhecidos, nomeadamente especialistas internacionais que foram chamados por reis ou pensadores de prestígio dos séculos XVIII e XIX para colocarem Portugal ao nível dos melhores da Europa.
A exposição organizada pela INCM, com coordenação da historiadora Inês Queirós e desenhada pelos ateliês Aires Mateus e FBA, recorda o percurso industrial da entidade, fortemente associada a uma sociedade idealista e em transformação, assim como a relevância da actividade editorial. Além dos diferentes equipamentos e métodos de impressão, é igualmente pertinente lembrar outros contextos, seja na monarquia ou na ditadura antes do 25 de Abril de 1974, nos quais a censura tinha um papel de destaque. A Imprensa Nacional assumiu-se um elemento de valor incalculável e estratégico, numa missão pública frequentemente condicionada pelo contexto político e histórico em que se inseria.
A memória de um povo através da sua obra
Com influências amplas, nacionais e internacionais, e o enriquecimento pela evolução tecnológica, a Imprensa Nacional não escreveu a sua história sozinha. Nesta exposição a viagem é complexa e atravessa várias décadas, sem esquecer os primórdios das oficinas tipográficas, os diferentes processos de impressão (assim como de gravura e litografia) e o ensino técnico e artístico. Há equipamentos, livros, documentos históricos e também memórias, que se completam e acrescentam novos horizontes a um passado que julgávamos amplamente conhecido, mas que se revela aqui um mistério.
As curiosidades são intermináveis e algumas até macabras. Veja-se o caso do director-geral Luís Derouet, o primeiro a assumir o cargo com essa designação, no dia imediatamente a seguir à Implantação da República, em 1910. Ocupou a posição até 1927, altura em que um tipógrafo desempregado desferiu três tiros que acabariam por ser fatais.
Ao longo da sua história, a Imprensa Nacional editou e imprimiu obras literárias, artísticas e científicas, legislação e outros documentos oficiais. No campo artístico, destacou-se na gravura e na composição, desde a vertente mais artesanal do século XVIII até à caminhada tecnológica rumo ao mundo digital em que vivemos. Adaptou-se continuamente e ficou para contar a história – e para continuar a escrevê-la no futuro. A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira das 10 às 17 horas e ao fim de semana das 11 às 18 horas (encerra à segunda-feira e feriados).