Re-Volta, um peixe revoltado que nos incita a pensar em Lixo Zero
Mostrar como o lixo que despejamos um dia regressa ao nosso encontro. É essa a mensagem de uma peça criada pela designer Madalena Martins e pelo ilustrador Nuno Saraiva.
Um peixe gigante construído com diversos materiais descartáveis e descartados — plásticos e muitas beatas, recolhidos em praias, ruas ou doados por particulares, comércios e outras entidades que também trabalham a causa do lixo e da sua mitigação —, vai estar, a partir desta quinta-feira, à vista de todos, na Rua da Mouraria, junto à Capela da Nossa Senhora da Saúde, em Lisboa. “Este é o plástico que ao longo de vários anos temos despejado no mar”, explicam os autores Madalena Martins e Nuno Saraiva. “Doente e enjoado de o receber, o peixe [de quatro metros] faz uma viagem pelos esgotos da cidade, devolvendo tanto deste nosso lixo num vómito revoltado!”
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Um peixe gigante construído com diversos materiais descartáveis e descartados — plásticos e muitas beatas, recolhidos em praias, ruas ou doados por particulares, comércios e outras entidades que também trabalham a causa do lixo e da sua mitigação —, vai estar, a partir desta quinta-feira, à vista de todos, na Rua da Mouraria, junto à Capela da Nossa Senhora da Saúde, em Lisboa. “Este é o plástico que ao longo de vários anos temos despejado no mar”, explicam os autores Madalena Martins e Nuno Saraiva. “Doente e enjoado de o receber, o peixe [de quatro metros] faz uma viagem pelos esgotos da cidade, devolvendo tanto deste nosso lixo num vómito revoltado!”
A peça escultórica Re-Volta é o resultado do Manifesto Lixo Zero, no âmbito do Zero Waste Lab que, ao longo do último ano, pilotou diversas actividades de conceito Lixo Zero no bairro da Mouraria, em Lisboa, entre intervenções de rua, fóruns, acções de sensibilização e discussão comunitária. Tudo com o objectivo de “apresentar aos moradores e visitantes daquele bairro que o modo de vida descartável prejudica os nossos maiores bens, a água e o solo, dos quais depende a vida na Terra”.
“Juntos criamos novos hábitos e transformamos um bairro, uma cidade, um país”, considera Ana Salcedo, vogal da Zero Waste Lab, ao mesmo tempo que, citada em comunicado, formula o desejo: “Que o refluxo deste peixe gere discussão, reflexão e transformação de comportamento, estimulando uma proactividade cívica corajosa, colaborativa e visionária, que redefina o papel do ser humano como agente dinamizador ao serviço da Vida e de um futuro próspero e saudável para as próximas gerações.”
O projecto Lixo Zero Mouraria é financiado pela Câmara Municipal de Lisboa e dinamizado pela Zero Waste Lab em parceria com a Cozinha Popular da Mouraria, o Movimento Portugal Sem Beatas, o Centro de Inovação da Mouraria, a Associação Renovar a Mouraria e muitos outros parceiros locais. Entre os objectivos está o encontrar “soluções impulsionadoras de uma mudança sistémica no quotidiano do bairro, potenciando a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade dos recursos disponíveis”.