A arte e o shopping, Maomé e a montanha
Não sendo fenómeno único, não deixa de ser relativamente surpreendente: da autoria de um fotógrafo-retratista reputado como o americano Steve Parke, eis uma exposição de 50 fotografias inéditas de um super-artista como Prince a decorrer em pleno centro comercial.
Até 12 de Novembro, na “Praça Central” do Arrábida Shopping, o visitante encontrará uma estrutura rectangular delimitada por um gradeamento minimalista (em tom previsivelmente roxo) com 6 letras gigantes luminosas à entrada: “PRINCE”. A pretensão de “isolamento” é, porém, sol de pouca dura; espreitamos por cima de um expositor e logo vemos montras, manequins, sacos de compras, selfies em flagrante delito. Num tempo em que tanto se tem trabalhado, sobretudo nas instituições públicas, por uma efectiva democratização do acesso à arte, que juízo merece a alocação de uma exposição em torno de um artista da dimensão de Prince a um espaço como um centro comercial? Talvez que o primeiro impulso seja o de ver em tal escolha um gesto desprestigiante para o objecto exposto. Será?
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Até 12 de Novembro, na “Praça Central” do Arrábida Shopping, o visitante encontrará uma estrutura rectangular delimitada por um gradeamento minimalista (em tom previsivelmente roxo) com 6 letras gigantes luminosas à entrada: “PRINCE”. A pretensão de “isolamento” é, porém, sol de pouca dura; espreitamos por cima de um expositor e logo vemos montras, manequins, sacos de compras, selfies em flagrante delito. Num tempo em que tanto se tem trabalhado, sobretudo nas instituições públicas, por uma efectiva democratização do acesso à arte, que juízo merece a alocação de uma exposição em torno de um artista da dimensão de Prince a um espaço como um centro comercial? Talvez que o primeiro impulso seja o de ver em tal escolha um gesto desprestigiante para o objecto exposto. Será?