Proprietários rurais contra “ecoditadura” na campanha eleitoral

Associação, sem se referir a nenhum partido em particular, diz que o tratamento das questões ecológicas na campanha resvala muitas vezes para “discussões extremistas”.

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Proprietários rurais falam em "ecoditadura" Paulo Pimenta

A Associação Nacional de Proprietários Rurais e Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) manifestou-se nesta terça-feira contra “discussões extremistas, muitas delas desfasadas da realidade” sobre temas ambientais durante a campanha eleitoral. Sem se referir em nenhum partido político em particular, a associação classifica algumas palavras e acções como sendo de “ecoditadura”.

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A Associação Nacional de Proprietários Rurais e Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) manifestou-se nesta terça-feira contra “discussões extremistas, muitas delas desfasadas da realidade” sobre temas ambientais durante a campanha eleitoral. Sem se referir em nenhum partido político em particular, a associação classifica algumas palavras e acções como sendo de “ecoditadura”.

Em comunicado, a ANPC começa por saudar o facto de a ecologia estar mais do que nunca presente no debate político, dizendo ser uma preocupação que tem há quase 30 anos.

Porém, constata, que este tema “nem sempre é tratado com o devido enquadramento”, resvalando para “discussões extremistas, muitas delas desfasadas da realidade, que em nada beneficiam a urgência de medidas políticas eficazes para fazer face a problemas concretos como a sustentabilidade do mundo rural, a defesa da biodiversidade e da conservação da natureza e o combate e adaptação às alterações climáticas”.

“Não basta dizer que se é ‘amigo dos animais’ para que, efectivamente, se defenda os animais. E isto não é algo que seja dirigido a um partido em particular, mas sim a todos, já que nenhum partido diz que não é amigo dos animais”, acrescenta.

Salienta ainda que a “humanização dos animais é um princípio com o qual discordamos totalmente”. “Concordando sim com o reforço dos deveres das pessoas para com o bem-estar animal, desde que devidamente enquadrados com as leis nacionais e comunitárias. Importa que se aposte num Estado eficaz, que faça cumprir as leis vigentes, e não cair no radicalismo de proibir por decreto, devido à inércia ou inoperacionalidade dos serviços do Estado”, acrescenta o comunicado.

Para a ANPC, o mundo rural, as suas actividades e tradições e a gestão cinegética “não podem ser vistos como negativos, quando a gestão destas actividades faz parte da Natureza e do equilíbrio dos habitats”. “Também é ecologia, e qualquer tentativa de a marginalizar será pura ‘ecoditadura’. E isso a ANPC não quer que contamine a democracia em Portugal”, conclui.

Na segunda-feira, a Federação Nacional das Zonas de Caça Associativas (Fencaça) admitiu criar um partido político em defesa do mundo rural face à possibilidade de uma aliança de governação do país entre o PS e o PAN.