Jerónimo admite eleger Heloísa em Leiria onde CDU não tem deputados há 34 anos

Numa acção de campanha, na Marinha Grande, o secretário-geral comunista elogiou “a coragem” e a “disponibilidade” da candidata do PEV.

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Pedro Fazeres

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu nesta terça-feira a possibilidade de a CDU eleger Heloísa Apolónia, cuja coragem acredita poder reforçar a votação no distrito de Leiria onde há 34 anos não elege nenhum deputado.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu nesta terça-feira a possibilidade de a CDU eleger Heloísa Apolónia, cuja coragem acredita poder reforçar a votação no distrito de Leiria onde há 34 anos não elege nenhum deputado.

“Não damos por adquirido que isto [de não eleger qualquer deputado no distrito de Leiria] será para todo o sempre”, afirmou Jerónimo de Sousa, admitindo “a possibilidade de eleger” a cabeça de lista, Heloísa Apolónia.

Numa acção de campanha, na Marinha Grande, o secretário-geral comunista elogiou “a coragem” e a “disponibilidade” da candidata do PEV, que depois de completar sete legislaturas na Assembleia da República aceitou “uma tarefa tão exigente nesta batalha eleitoral”.

Ao encabeçar a lista candidata no distrito onde a CDU não elege qualquer deputado desde 1985, Heloísa Apolónia demonstrou, no entender do líder do PCP, que “esta marca não está agarrada ao poder”.

À candidata que “saiu da zona de conforto para travar esta batalha visando o reforço da CDU”, Jerónimo de Sousa reconheceu o “mérito” e “valor”, que julga poder reforçar o partido no distrito a que o partido tem “dado acompanhamento”, apesar de não ter deputados eleitos.

Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas no final de uma visita a um estúdio artesanal de fabrico de peças em vidro, uma marca identitária do concelho da Marinha Grande, no distrito de Leiria, que o secretário-geral quis hoje “valorizar”.

Lembrando o chumbo das propostas da CDU visando a redução dos preços do gás e da electricidade para aquele sector, Jerónimo de Sousa apontou a falta de apoios como uma das causas dos “sérios reveses” sentidos pela indústria, com a “redução drástica da produção e do número de trabalhadores”.

“O vidro é inseparável desta terra”, vincou, lembrando que apesar dos avanços tecnológicos que “dispensam muitas vezes mão-de-obra”, na arte de trabalhar o vidro “não há robôs que possam substituir” o trabalho do homem.

E por isso, o líder do PCP quis “assinalar esta realidade social, laboral, artística que poderia muito bem ter outros desenvolvimentos caso os sustos de factores de produção fosse outros”, concluiu.

Jerónimo de Sousa e Heloísa Apolónia prosseguem ainda hoje as acções no distrito de Leiria com um jantar comício nas Caldas da Rainha onde são esperados cerca de 160 simpatizantes e militantes.