Defesa admite militares na RCA por “mais alguns anos”
Força de reacção rápida, ao abrigo da ONU, indispensável para controlar território dizimado pelas milícias que controlam a maioria do país.
O ministro da Defesa Nacional adiantou esta terça-feira que a presença dos militares portugueses deverá manter-se por “mais alguns anos” na República Centro-Africana, para apoiar o processo de estabilização e consolidação das Forças Armadas daquele país.
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O ministro da Defesa Nacional adiantou esta terça-feira que a presença dos militares portugueses deverá manter-se por “mais alguns anos” na República Centro-Africana, para apoiar o processo de estabilização e consolidação das Forças Armadas daquele país.
“Não estaremos seguramente muitos e muitos anos na República Centro-Africana (RCA), mas precisamos de apoiar a RCA durante este processo de estabilização e consolidação das suas Forças Armadas. A minha expectativa é que teremos ainda a presença portuguesa na RCA durante mais alguns anos”, disse aos jornalistas João Gomes Cravinho, no final de uma reunião com a ministra da Defesa e da Reconstituição do Exército da República Centro-Africana, Marie-Noëlle Koyara.
O ministro da Defesa Nacional sublinhou que a presença dos militares portugueses naquele país vai fazer “a diferença para que a RCA possa corresponder plenamente às suas próprias necessidades com Forças Armadas sólidas, bem formadas e capazes de garantir a soberania do país”.
Portugal, que está presente na RCA desde o início de 2017, faz parte de uma força internacional coordenada pelas Nações Unidas que procura estabilizar um país em conflito desde 2013, no qual o Governo apenas controla um quinto e várias milícias dominam o resto do território.
A 6.ª Força Nacional Destacada ao serviço das Nações Unidas partiu na semana passada para a República Centro-Africana para uma missão de seis meses.
Questionado sobre a presença de Portugal na RCA a partir de 2020, o ministro ressalvou que o planeamento é feito numa base anual e o Conselho Superior de Defesa Nacional ainda não se pronunciou sobre o plano para o próximo ano.
“A minha expectativa é que ao longo do ano de 2020 continuará a haver uma presença de uma força de reacção rápida no âmbito da missão das Nações Unidas e continuará também haver empenho no âmbito da missão da União Europeia”, disse ainda Gomes Cravinho.
Além dos militares destacados no âmbito das Nações Unidas, Portugal tem ainda cerca de outros 30 integrados numa missão de formação da União Europeia.