Os anéis de Saturno “brilham” na fotografia mais detalhada de sempre do planeta
A imagem foi captada pela câmara grande angular 3 do Hubble numa altura em que o planeta se aproximou mais da Terra, a cerca de 1,36 milhares de milhões de quilómetros de distância, e mostra o gigante gasoso e os seus anéis como nunca antes vistos.
A NASA divulgou esta semana a mais recente e mais detalhada fotografia de Saturno tirada pelo telescópio espacial Hubble. A imagem, captada no dia 20 de Junho mas só agora divulgada, mostra como nunca antes foram vistos os anéis do segundo maior planeta do sistema solar, que parecem “brilhar”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A NASA divulgou esta semana a mais recente e mais detalhada fotografia de Saturno tirada pelo telescópio espacial Hubble. A imagem, captada no dia 20 de Junho mas só agora divulgada, mostra como nunca antes foram vistos os anéis do segundo maior planeta do sistema solar, que parecem “brilhar”.
“A última vista de Saturno captura detalhes requintados do seu sistema de anéis (que se parecem com um fonógrafo com ranhuras que representam uma estrutura detalhada dentro dos anéis) e detalhes atmosféricos que antes só poderiam ser captados por naves espaciais que visitavam o mundo distante”, explica a agência espacial norte-americana na sua página.
A imagem foi captada pela câmara grande angular 3 do Hubble na altura em que o planeta se aproximou mais da Terra, a cerca de 1,36 milhares de milhões de quilómetros de distância. Esta fotografia é a segunda de uma série anual de imagens que são tiradas como parte do projecto Legacy Atmospherees Outer Planets (OPAL) que, segundo a NASA, está a ajudar os cientistas a “entender a dinâmica atmosférica e a evolução dos planetas gigantes gasosos do nosso sistema solar. No caso de Saturno, os astrónomos poderão acompanhar os padrões climatéricos, bem como outras mudanças, para conseguirem identificar tendências.
“No entanto, estas imagens são mais do que apenas fotografias belas porque revelam um planeta com uma atmosfera turbulenta e dinâmica. O trabalho do Hubble mostra, por exemplo, que uma grande tempestade visível na região polar norte na imagem de 2018 já não é visível na imagem deste ano. Tempestades de menores dimensões aparecem à velocidade de pipocas a estalar numa panela e desaparecem tão rapidamente como sugeriram. Até a estrutura em faixas do planeta revela mudanças subtis de cor”, refere a NASA.
Mesmo com algumas mudanças a registar de ano para ano, a NASA assegura que esta nova imagem mostra que pouca coisa mudou no gigante gasoso, uma vez que o misterioso padrão de nuvens em formato hexagonal em torno do pólo norte de Saturno, intitulado de “hexágono” e descoberto por uma sonda da NASA em 1981, ainda existe.
Na imagem captada pelo Hubble é possível ver tanto os anéis exteriores como os mais próximos da superfície do planeta. "Os anéis característicos de Saturno estão tão impressionantes como sempre. A imagem revela que o sistema de anéis está inclinado em direcção à Terra, dando aos espectadores uma visão magnífica da estrutura brilhante e gelada”, concluiu a agência espacial.
O telescópio Hubble e as suas câmaras têm sido responsáveis por algumas das fotografias mais célebres da NASA, como a dos "Pilares da Criação” ou do quasar mais brilhante alguma vez visto. No entanto, no último ano, o telescópio espacial tem sofrido algumas avarias que têm comprometido a sua actividade. As falhas não estiveram relacionadas, mas, segundo dizia Tom Brown, líder da missão do Instituto Científico do Telescópio Espacial, em Janeiro, trata-se de “um sinal da idade”. Afinal, o Hubble já tem quase 30 anos e, no espaço, está exposto a condições extremas.
Dos oito satélites do programa de exploração espacial da NASA, apenas o Hubble está em “missão prolongada”. Quer isto dizer que o telescópio, que também é detido em 15% pela Agência Espacial Europeia, já está a voar há mais tempo do que o esperado e deverá continuar até 2020 pelo menos. O seu substituto será o telescópio espacial James Webb que, por enquanto, ainda está em terra.