Fogos quase deixaram Mação sem floresta. Há um naturalista que a quer proteger e mudar
Da lenta recuperação da natureza ao espaço que vai sendo ocupado por espécies invasoras, o PÚBLICO andou por Mação à boleia de Rui Santos, um observador que está preocupado com o estado de um território que entre 2017 e 2019 viu 95% da mancha florestal consumida pelo fogo.
Percorrer o concelho de Mação, em Santarém, na companhia de Rui Santos significa suspender a conversa com frequência. Não que seja uma pessoa rude, pelo contrário: constantemente, há pormenores que poderiam escapar a olhos menos treinados, mas que faz questão de fazer notar. “Olha uma toutinegra-do-mato”, exclama, numa menção ao som de uma pequena ave que surge de um arbusto, interrompendo a lista de preocupações que ia enumerando. Algumas já as tinha mesmo antes de 2017, quando um grande incêndio varreu grande parte da área verde do concelho. Depois a lista cresceu. O mesmo aconteceu já este ano, há cerca de um mês, com o regresso do fogo a Mação. Mas reparemos também neste abelharuco, que cruza o céu em voo ligeiro, aponta.