Emmys, parte 1: A Guerra dos Tronos, Leaving Neverland e Bourdain recebem os primeiros prémios

Mais de cem galardões foram entregues este fim-de-semana, com a cerimónia principal agendada para o próximo domingo. A luta HBO/Netflix continua entre as categorias técnicas e os grandes nomes. Chernobyl e The Marvelous Mrs. Maisel entre os mais distinguidos.

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"A Guerra dos Tronos" HBO

Numa altura em que há tanta televisão, a Academia de Artes e Ciências Televisivas tem tantos prémios para oferecer que, tal como fazem os Óscares, divide a sua cerimónia anual em duas partes – este fim-de-semana foram entregues em Los Angeles os Creative Arts Emmys, que incluíram (os primeiros?) dez troféus para a última temporada de A Guerra dos Tronos, a distinção de melhor documentário para Leaving Neverland, sobre as acusações de pedofilia contra Michael Jackson, e um Emmy póstumo para Anthony Bourdain.

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Numa altura em que há tanta televisão, a Academia de Artes e Ciências Televisivas tem tantos prémios para oferecer que, tal como fazem os Óscares, divide a sua cerimónia anual em duas partes – este fim-de-semana foram entregues em Los Angeles os Creative Arts Emmys, que incluíram (os primeiros?) dez troféus para a última temporada de A Guerra dos Tronos, a distinção de melhor documentário para Leaving Neverland, sobre as acusações de pedofilia contra Michael Jackson, e um Emmy póstumo para Anthony Bourdain.

A grande vencedora desta primeira fase dos Emmys 2019, no que diz puramente respeito aos números, foi a HBO (presente no mercado português em versão streaming no serviço HBO Portugal) com 25 Emmys. Deve-os a A Guerra dos Tronos, que assim fortalece o seu recorde de série dramática mais premiada de sempre com as distinções para a sua última temporada nas categorias de guarda-roupa, casting, montagem, caracterização, design de genérico, edição e mistura de som, partitura original, coordenação de duplos e efeitos visuais. E deve-as também a Chernobyl, outra série-acontecimento do canal, premiada em sete categorias.

São apenas algumas vitórias do número recorde de nomeações com que a HBO vive esta temporada de Emmys: 137. A Netflix segue-a de perto, com 23 Emmys do sector criativo de um total de 117 nomeações a pôr à prova no próximo domingo na cerimónia principal, os Primetime Emmy Awards (há ainda os Emmys internacionais, onde a televisão portuguesa tem sido premiada, e os Emmys da televisão diurna). A Netflix tem um elevado volume de produção e teve já quatro Emmys com o fenómeno Queer Eye, por exemplo, mas este ano Stranger Things ou Mindhunter não eram elegíveis. E a Netflix não tem a série que nos últimos anos se tornou sinónimo de sucesso no mercado televisivo em mudança.

A Guerra dos Tronos, cuja oitava e última temporada dividiu críticos e espectadores quanto à sua qualidade, foi sim unânime na sua ambição – uma megaprodução televisiva à la Hollywood que tem fortes probabilidades de fazer a sua volta de despedida na madrugada de 22 para 23 de Setembro quando forem revelados os vencedores das principais categorias. A série de David Benioff e D.B. Weiss tem 32 nomeações, sendo a mais nomeada da temporada, e chegará à cerimónia dos 71.ºs Emmys já com dez prémios no alforge e com 47 distinções da Academia em anos anteriores – é a série dramática mais premiada de sempre.  

Despedidas

A televisão de 2018/2019 teve de facto o seu quinhão de despedidas: Anthony Bourdain e Viagem ao Desconhecido, a série que deixou inacabada (em Portugal passa no 24Kitchen) após o seu suicídio, receberam o Emmy de melhor série de informação, batendo mesmo os muito falados episódios de Surviving R. Kelly, sobre as alegados abusos sexuais de menores por parte do cantor R&B. Leaving Neverland, a produção da HBO em que dois antigos fãs de Michael Jackson o acusam de ter abusado sexualmente deles e que teve impacto mundial, foi premiado na categoria de documentário ou especial de não-ficção (a sua exibição decorreu em dois episódios).

Outro grande nome da noite foi o vencedor do Óscar de Melhor Documentário, Free Solo, do canal National Geographic, que recebeu sete Emmys – em todas as categorias em que estava nomeado, nomeadamente a de realização para Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin. Na comédia, e seguindo o seu caminho triunfal, a série The Marvelous Mrs. Maisel, da Amazon, recebeu seis distinções. A Amazon Studios e a Netflix saíram da primeira parte dos Emmys de 2019 com oito prémios cada.

A Academia televisiva guarda os seus prémios mais sonantes, com nomes, rostos e títulos a condizer, para a cerimónia de dia 23, mas alguns galardões de actuação foram entregues nas noites de sábado e domingo do último fim-de-semana – os actores convidados Jane Lynch e Luke Kirby de The Marvelous Mrs. Maisel e, no drama, Cherry Jones e Bradley Whitford (The Handmaid’s Tale, da Hulu e que é um exclusivo Nos Play em Portugal). O melhor elenco foi o de Fleabag (Amazon) e o vencedor mais velho de sempre foi Norman Lear, o mestre da produção televisiva de 97 anos que deu ao mundo Archie Bunker em Uma Família às Direitas ou Os Jefferson e cujo especial televisivo Live in Front of a Studio Audience: Norman Lear’s All in the Family and The Jeffersons para a ABC recebeu um Emmy com sabor a prémio carreira.