Cofina próxima de comprar TVI com Abanca e Mário Ferreira
Banco espanhol e empresário do turismo entram no negócio, que deverá ficar fechado em meados da próxima semana.
O negócio da compra da Media Capital, proprietária da TVI e da Rádio Comercial, pelo grupo Cofina, dono do Correio da Manhã e da CMTV, deverá ser fechado na próxima quarta-feira, avançou o Expresso esta sexta-feira. O PÚBLICO confirmou a notícia com fonte conhecedora do processo, que disse que o negócio deverá ficar fechado em meados da próxima semana.
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O negócio da compra da Media Capital, proprietária da TVI e da Rádio Comercial, pelo grupo Cofina, dono do Correio da Manhã e da CMTV, deverá ser fechado na próxima quarta-feira, avançou o Expresso esta sexta-feira. O PÚBLICO confirmou a notícia com fonte conhecedora do processo, que disse que o negócio deverá ficar fechado em meados da próxima semana.
Segundo o Expresso, a Cofina, liderada por Paulo Fernandes, vai pagar pela Media Capital cerca de 255 milhões de euros menos dívida – um valor abaixo dos 440 milhões de euros que estiveram em cima da mesa quando em 2018 a Altice tentou comprar a dona da TVI.
Para concretizar esta compra, a Cofina já tem dois financiadores internacionais, o banco Santander e o Société Générale, detalha o Expresso. Mas a operação será também financiada por via de um aumento de capital na Cofina (80 milhões de euros), através do qual irão entrar dois novos accionistas no grupo de comunicação social liderado por Paulo Fernandes, o banco espanhol Abanca e o empresário da área do turismo Mário Ferreira.
A Cofina assinou com a Prisa, que controla a Media Capital, um memorando de entendimento que obriga o grupo espanhol a negociar em “regime de exclusividade” com a Cofina a “potencial aquisição da participação da Prisa na Media Capital”, especificou a Cofina numa informação enviada a 14 de Setembro à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo o Expresso, o negócio esteve para ser apresentado esta quinta-feira, mas foi travado por alguns accionistas por ainda existirem dúvidas sobre o financiamento da operação. Dúvidas essas que terão sido ultrapassadas na manhã desta sexta-feira. Nenhuma das partes envolvidas na operação fez comentários.
Paulo Fernandes, que deverá aumentar a sua posição na Cofina, é um dos accionistas de referência deste grupo, que também é dono do Jornal de Negócios, com cerca de 14% do capital e dos direitos de voto através da sua Actium Capital.
Se chegarem a um acordo, o negócio terá que passar pelo crivo dos reguladores – Anacom, ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social e Autoridade da Concorrência.
TVI ou CMTV?
A maior dificuldade estará no mercado da televisão (ainda que o facto de a TVI ter caído para segundo lugar nas audiências até possa jogar a favor do negócio), uma vez que a CMTV é líder entre os canais de cabo (onde é concorrente da TVI24), e tem um carácter generalista (como a TVI). A isto soma-se o facto de a TVI ter diversos canais nas plataformas pagas, como o Reality ou o Ficção. A Media Capital tem também várias rádios (Comercial, m80, Smooth e Cidade), produção audiovisual (Plural), forte presença no digital (iol, Maisfutebol, Planeo, Selfie).
Os rumores sobre o interesse da Cofina na Media Capital têm circulado no mercado desde o início do Outono do ano passado, poucos meses depois do fim do negócio com a Altice, que deixou expirar o prazo previsto no contrato de compra e venda para a conclusão do negócio sem tomar qualquer decisão. Para isso muito contribuiu a imposição de remédios pela Anacom, que a Altice sempre se recusou a adoptar. Já no caso da Cofina, foram avançados os mais diversos cenários, desde uma participação no capital até à compra integral, passando por uma fusão.