Sarah Affonso no tempo das mulheres artistas

Entre o Chiado e a Gulbenkian, é possível ver agora grande parte da produção artística de Sarah Affonso, uma artista que trouxe a sua criatividade para o espaço doméstico quando abandonou a pintura. A quinta que comprou com o marido Almada Negreiros em Bicesse é vista agora à luz dessa diversificação procurada pelo modernismo.

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arquivo ansa, autor desconhecido, sem data

“Bela parceira, bela parceira!...”, diz Rita Almada a rir-se para a filha Zoé, que acaba de trocar a raquete de badminton pelo descanso numa cadeira, deixando a irmã a jogar contra uma parceira imaginária. Mas na Quinta da Lameirinha, situada em Bicesse, a vida imita a arte e aquilo que estamos a ver não é exactamente o que parece. Zouzou, diminutivo de Zoé, está a fazer de José de Almada Negreiros e reproduz uma das inúmeras fotografias que ainda se guardam na quinta que o casal de artistas Sarah Affonso/Almada Negreiros comprou em 1938 nos arredores do Estoril e que ainda está nas mãos da família. “Zouzou viu a fotografia de Almada num jogo de badminton e gostou. Ele está sentado em cima de um escadote com a sua boina a fazer de júri.”