André Letria vence Prémio Nacional de Ilustração com A Guerra
É a segunda vez que André Letria vence o Prémio Nacional de Ilustração, 20 anos depois de ter sido reconhecido com Versos de fazer ó-ó
O autor e ilustrador português André Letria venceu por unanimidade o Prémio Nacional de Ilustração com o livro A Guerra, revelou esta sexta-feira a Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O autor e ilustrador português André Letria venceu por unanimidade o Prémio Nacional de Ilustração com o livro A Guerra, revelou esta sexta-feira a Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB).
O júri destacou “a grande maturidade plástica e estética do trabalho de André Letria, a qualidade do objecto, a cadência e ritmo das páginas, assim como uma segura e sensível paleta cromática”.
André Letria fez este livro com o escritor José Jorge Letria, tendo o júri sublinhado a “perfeita articulação” entre texto e ilustração, “equilibrando o referencial e o simbólico”.
Esta é a segunda vez que André Letria vence o Prémio Nacional de Ilustração, 20 anos depois de ter sido reconhecido com Versos de fazer ó-ó, também com texto de José Jorge Letria. Noutras edições obteve várias menções especiais por outros álbuns ilustrados.
A Guerra, editado em 2018 com selo da Pato Lógico, tem obtido reconhecimento internacional, nomeadamente nos Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Sul.
81 obras ilustradas
Com um título auto-explicativo, este é um livro sobre a guerra, com uma narrativa textual que se estende por duas dezenas de frases às quais André Letria deu vida com uma sequência visual paralela e complementar.
“A guerra não ouve, não vê e não sente. A guerra sabe sempre onde a temem e a esperam. (...) A guerra é o estrondo e o caos”, lê-se no livro.
O júri deste ano do Prémio Nacional de Ilustração decidiu ainda atribuir menções especiais a Susa Monteiro, pelo livro Sonho, e a Mariana Rio, pelas ilustrações de A casa da doutora Farnsworth, com texto de Joana Couceiro.
Nesta 23.ª edição, foram avaliadas 81 obras ilustradas, publicadas em 2018 por editoras portuguesas e estrangeiras, por outras entidades ou em edição de autor, tendo o júri destacado a diversidade, o rigor e “a elevada qualidade de muitos livros a concurso”.
O júri integrou Andreia Brites, Luís Mendonça e Maria Carlos Loureiro.
André Letria receberá um prémio monetário de 10 mil euros. O premiado e as autoras reconhecidas com a menção especial receberão ainda 1500 euros cada para custear uma deslocação à Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, em Itália.
A cerimónia de entrega do prémio decorrerá a 13 de Outubro no Fólio - Festival Literário Internacional de Óbidos.
André Letria, 46 anos, trabalha como ilustrador desde 1992, tendo já feito também cinema de animação e cenografia para teatro. A par do trabalho publicado, premiado, é ainda editor da Pato Lógico, que fundou em 2010.
A longa lista de livros já publicados inclui, entre outros, Lendas do mar, Versos de fazer ó-ó, Os animais fantásticos, Domingo vamos à Luz ou Se eu fosse um livro — todos feitos em parceria com o pai, José Jorge Letria, mas também Mar, com Ricardo Henriques, e a coleção de livros-harmónio em nome próprio.
Chico Buarque, José Luís Peixoto, Eva Mejuto e José Saramago foram outros autores para quem André Letria ilustrou.