Participação baixou na Diada “mais difícil de organizar”
Guarda Urbana aponta para a presença de 600 mil pessoas na manifestação independentista do Dia Nacional da Catalunha, em Barcelona. É a mais reduzida participação desde 2012.
A manifestação independentista do Dia Nacional da Catalunha – a Diada – apresentou este ano o mais reduzido número de participantes desde que, em 2012, o movimento transformou a data num momento de exaltação patriótica e de apelo popular à criação de um Estado independente de Espanha. Segundo as estimativas da Guarda Urbana, juntaram-se esta quarta-feira em Barcelona cerca de 600 mil pessoas.
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A manifestação independentista do Dia Nacional da Catalunha – a Diada – apresentou este ano o mais reduzido número de participantes desde que, em 2012, o movimento transformou a data num momento de exaltação patriótica e de apelo popular à criação de um Estado independente de Espanha. Segundo as estimativas da Guarda Urbana, juntaram-se esta quarta-feira em Barcelona cerca de 600 mil pessoas.
Ainda que expressivo, o número é significativamente inferior ao registado no ano passado – um milhão de pessoas – e à participação de 2016 que, com 875 mil, era, até à data, a manifestação mais reduzida desde 2012.
Com as sentenças dos políticos catalães que foram detidos pelo seu envolvimento no referendo e na declaração de independência no parlamento catalão, em Outubro de 2017, agendadas para meados de Outubro, a Diada afigurava-se como um bom barómetro para se medir o dinamismo do movimento de autodeterminação da Catalunha.
No seu discurso, esta quarta-feira, em Barcelona, a presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Elisenda Paluzie, confessou que a Diada de 2019 foi “a mais difícil de todas” as que a associação que lidera organizou até ao momento.
“Porquê? Porque depois de organizarmos um referendo, de termos sido reprimidos e de terem violado os nossos direitos políticos mais básicos, não só não avançámos, como demos alguns passos para trás”, justificou Paluzie.
Numa entrevista recente ao PÚBLICO, quando esteve em Lisboa para inaugurar a delegação da ANC em Portugal, a sucessora de Jordi Sánchez – um dos políticos catalães que aguarda a sentença judicial – confessou que o movimento atravessava uma fase de “desorientação” e apelou aos partidos políticos independentistas que aproveitassem a Diada para “demonstrar unidade”.
“A unidade estratégica é condição necessária. Respeitando a diversidade ideológica, todas as forças políticas e a sociedade civil têm se unir. Queremos pressionar os partidos a fazê-lo”, referiu na altura.
A Diada é celebrada anualmente na Catalunha, a 11 de Setembro, o mesmo dia em que, em 1714, a cidade de Barcelona foi derrotada pelos exércitos do rei Felipe V, na Guerra da Sucessão espanhola.