Polícia evita ocupação de aeroporto, mas protestos não abrandam em Hong Kong

Os primeiros protestos desde que a chefe do governo anunciou que não haverá lei da extradição, parecem mostrar que a decisão de Carrie Lam chegou demasiado tarde para acalmar os manifestantes.

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A polícia de Hong Kong conseguiu evitar que os manifestantes ocupassem o aeroporto e perturbassem o seu funcionamento, mas nem mesmo assim os protestos, que vão na 14ª semana, diminuíram de intensidade, com os manifestantes a ocuparem os centros comerciais da MTR, a empresa de transportes ferroviários.

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A polícia de Hong Kong conseguiu evitar que os manifestantes ocupassem o aeroporto e perturbassem o seu funcionamento, mas nem mesmo assim os protestos, que vão na 14ª semana, diminuíram de intensidade, com os manifestantes a ocuparem os centros comerciais da MTR, a empresa de transportes ferroviários.

Centenas de manifestantes, muitos deles vestidos de negro e com máscaras, atacaram estações de metro na península de Kowloon durante a noite de sexta-feira. Os activistas derrubaram sinais de tráfico, quebraram torniquetes, pintaram graffiti nas paredes e ergueram barreiras, deitando fogo a cartões e madeiras.

Um comportamento que o governo de Hong Kong classificou de “escandaloso”, em comunicado.

Na zona de Mong Kok, a polícia disparou gás lacrimogéneo e gás pimenta para tentar dispersar a multidão. Na estação de comboios de Tung Chung, que sofreu muitos estragos no protesto de domingo, a polícia procurou evitar a aglomeração de gente. Pelo menos quatro pessoas foram levadas pela polícia para as carrinhas, aparentemente detidas. O número de detidos não tinha sido ainda divulgado.

O South China Morning Post fala em momentos de tensão em vários centros comerciais. Junto à encerrada estação Prince Edward, a multidão apontou lasers à esquadra de polícia de Mong Kok entoando palavras de ordem contra a polícia e pedindo “verdade e justiça”. Nas redes sociais circulou a pretensa informação de que três manifestantes tinham sido espancados até à morte pela polícia, algo que as autoridades negam veementemente, garantindo que ninguém morreu nos três meses e meio que dura o protesto.

“É extremamente lamentável que um rumor irresponsável continue a se espalhar com a má intenção de enganar a opinião pública e promover a divisão e o descontentamento na sociedade numa altura em que o governo está a procurar estabelecer de forma sincera uma plataforma de diálogo”, disse o executivo num comunicado.

Apesar do recuo anunciado na quarta-feira pela chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, de que a lei da extradição – que esteve na base dos primeiros protestos há três meses e meio – foi definitivamente retirada, os protestos não abrandam. Como dizem os porta-vozes dos protestos, a decisão de Carrie Lam peca por tardia.

O rumor começou a circular depois de uma revisão pelas autoridades do número de detidos nos confrontos entre a polícia e os manifestantes no dia 31 de Agosto, alimentado pelo testemunho de uma mulher à Hong Kong Free Press, gravado em vídeo na sexta-feira à noite, garantindo que “uma amiga” estava entre os seis manifestantes que tinham sido “executados” pela polícia, acrescentandi que os pais tinham sido impedidos de ver o corpo.