Físico Pedro Vieira é um dos vencedores do Prémio Breakthrough

Outros portugueses fazem parte da lista dos distinguidos ao longo da história deste prémio criado em 2012.

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O físico português Pedro Vieira Universidade do Porto

Na categoria de Novos Horizontes na Física, o físico português Pedro Vieira está entre os galardoados da edição deste ano do prestigiado Prémio Breakthrough, que distingue cientistas pelos seus trabalhos nas ciências da vida, física fundamental e matemática. O grande galardão do Prémio Breakthrough em Física Fundamental, de três milhões de dólares (2,7 milhões de euros), foi para a equipa de 347 cientistas – onde também se inclui o astrofísico português Hugo Messias, que trabalha no radiotelescópio ALMA, no Chile – que a 10 de Abril revelou a primeira imagem de um buraco negro graças a um gigantesco esforço colectivo de oito radiotelescópios em todo planeta.

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Na categoria de Novos Horizontes na Física, o físico português Pedro Vieira está entre os galardoados da edição deste ano do prestigiado Prémio Breakthrough, que distingue cientistas pelos seus trabalhos nas ciências da vida, física fundamental e matemática. O grande galardão do Prémio Breakthrough em Física Fundamental, de três milhões de dólares (2,7 milhões de euros), foi para a equipa de 347 cientistas – onde também se inclui o astrofísico português Hugo Messias, que trabalha no radiotelescópio ALMA, no Chile – que a 10 de Abril revelou a primeira imagem de um buraco negro graças a um gigantesco esforço colectivo de oito radiotelescópios em todo planeta.

Pedro Vieira, de 37 anos, trabalha agora no Instituto Perimeter para Física Teórica, criado em 1999 em Waterloo (Ontário, no Canadá). O Prémio Novos Horizontes em Física teve este ano, no total, nove premiados, cada um no valor de 100 mil dólares (90,5 mil euros), destinando-se a reconhecer o trabalho de investigadores no início de carreira. No caso de Pedro Vieira, a atribuição do prémio justifica-se desta forma: “Pelas profundas contribuições para a compreensão da teoria quântica de campos.”

O físico português licenciou-se em 2004 na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto – e foi aí, e na Ecole Normale Supérieure de Paris, que se doutorou em 2008. Em 2009, apenas seis meses depois do doutoramento, foi contratado pelo Instituto Perimeter, que agora em resposta à notícia do Prémio Breakthrough considerou em comunicado que “Vieira tem tornado mais claros novos caminhos conceptuais para compreender a linguagem que descreve a natureza ao seu nível mais fundamental”. É também professor no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista, no Brasil.

Não lhe têm faltado prémios. Em Fevereiro de 2015, recebeu uma das Bolsas de Investigação Sloan, tendo então ganho 50 mil dólares (45 mil euros) da Fundação Alfred P. Sloan para apoiar futuras investigações. Pouco depois, em Abril do mesmo ano, recebia também a Medalha de Gribov, atribuída pela Sociedade Europeia de Física. E, em 2018, foi um dos vencedores do Prémio Internacional Raymond e Beverly Sackler em Física, que é atribuído de dois em dois anos pela Universidade de Telavive (Israel) para distinguir investigadores com menos de 40 anos com contribuições importantes na área da física e da química. No valor de 100 mil dólares (90,5 mil euros), Pedro Vieira partilhou o prémio Sackler com Zohar Komargodski, do Instituto Weizmann, em Israel.

Agora foi a vez de Pedro Vieira juntar ao já longo currículo na sua ainda curta carreira um dos prémios Breakthrough.

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A histórica imagem do buraco negro divulgada a 10 de Abril de 2019 Colaboração do Telescópio do Horizonte de Evento

Quanto à imagem do buraco negro que valeu o Prémio Breakthrough em Física Fundamental deste ano, foi obtida graças a observações de uma rede de radiotelescópios espalhados pelo mundo, que funcionaram como um só e com uma resolução sem precedentes. Ora este “telescópio gigante” – designado Telescópio do Horizonte de Evento – permitiu observar um buraco negro localizado no centro da galáxia M87, a 55 milhões de anos-luz de distância da Terra, e com uma massa 6500 milhões de vezes superior à do Sol. O horizonte de evento de um buraco negro é o ponto a partir do qual a matéria e a luz que lá caem já não têm retorno, e de onde já nada escapa.

No site do Prémio Breakthrough também encontramos um outro português: o matemático André Arroja Neves, do Imperial College de Londres, que em 2015 foi premiado na categoria de Novos Horizontes na Matemática – “pelas suas extraordinárias contribuições para várias áreas da geometria diferencial, incluindo (…) a sua solução, juntamente com Fernando Codá Marques [matemático brasileiro], da conjectura de Willmore com 50 anos”. 

O Prémio Breakthrough foi criado em 2012 pelo multimilionário russo Iuri Milner em conjunto com outros pioneiros na área das tecnologias, como o fundador do Facebook Mark Zuckerberg e o co-fundador do Google Sergey Brin. Além do Prémio Breakthrough em Física Fundamental, as outras duas categorias principais são o Prémio Breakthrough em Ciências da Vida e o Prémio Breakthrough em Matemática, cada um no valor de três milhões de dólares. No total, este ano foram atribuídos 21,6 milhões de dólares (19,5 milhões de euros), sendo a cerimónia de entrega dos prémios a 3 de Novembro, na Califórnia, EUA. Por alguma razão lhes chamam os Óscares da Ciência.