Costa diz que papel do Ministério das Finanças é “hipervalorizado” e afasta nacionalização da EDP e Galp
O primeiro-ministro falou numa “hipervalorização mediática” do papel excessivo do Ministério das Finanças e lembrou que o programa socialista não é igual ao do Bloco de Esquerda e descartou nacionalizações na energia.
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, considerou esta quarta-feira que o papel do Ministério das Finanças é muitas vezes “hipervalorizado excessivamente” e promovido mediaticamente. “Acho que se hipervaloriza excessivamente também muitas vezes o papel do Ministério das Finanças”, disse António Costa, num encontro promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), em Lisboa, no âmbito do ciclo de debates dedicado às eleições legislativas de 6 de Outubro.
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O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, considerou esta quarta-feira que o papel do Ministério das Finanças é muitas vezes “hipervalorizado excessivamente” e promovido mediaticamente. “Acho que se hipervaloriza excessivamente também muitas vezes o papel do Ministério das Finanças”, disse António Costa, num encontro promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), em Lisboa, no âmbito do ciclo de debates dedicado às eleições legislativas de 6 de Outubro.
Respondendo a uma questão do presidente da CCIP, Bruno Bobone, o secretário-geral do Partido Socialista afirmou que “é mais uma hipervalorização mediática” o papel excessivo do Ministério das Finanças.
“Interrogo-me sempre porque é que cada vez que cresce o PIB, quem aparece com a seta para cima não é o ministro da Economia e é o ministro das Finanças. Quando baixo o défice, percebo que suba o ministro das Finanças, mas quando cresce o PIB tenho a maior dificuldade. Cá por mim, que sou o primeiro-ministro deles todos, é dinheiro em caixa sem qualquer dificuldade”, disse.
António Costa reconheceu que o Ministério das Finanças, desde 2008, “recuperou uma centralidade na actividade do Estado e na actividade politica muita significativa”. “Uma das grande surpresas que tive quando regressei ao Governo em 2015 foi ter verificado os novos instrumentos de controlo do conjunto da actividade governativa que tinha sido reconstruídos no Ministério das Finanças”, frisou.
Nacionalizar EDP e Galp? PS não é Bloco
No mesmo encontro, o primeiro-ministro recusou a intenção do Bloco de Esquerda de nacionalizar a EDP e a Galp, considerando que o Partido Socialista e o BE têm um “programa próprio”.
“O programa do Partido Socialista não é o programa do Bloco de Esquerda. Recomendo a leitura, é um programa próprio”, disse o secretário-geral do PS, sublinhando que “cada um tem o seu programa e seguramente o BE há de bater-se por essas nacionalizações, que não constam do programa do PS”.
O secretário-geral do PS destacou a presença do Estado na TAP, sublinhando que essa participação “em nada prejudicou a boa gestão” da empresa. “Para nos é absolutamente fundamental ter a TAP e a presença do Estado no capital da TAP, como se tem revelado, em nada prejudicou uma boa gestão da TAP, que tem vindo a crescer e a ter a sua capacidade de investimento muito forte”, referiu. Frisando que a companhia se tem “desenvolvido bem”, António Costa manifestou-se convicto que “a grande maioria dos sócios privados da TAP está satisfeita com a presença do Estado”.
Para o primeiro-ministro, a posição do Estado protege “a TAP de qualquer vicissitude que os sócios privados possam ter no futuro”.
António Costa falou também dos salários em Portugal, considerando que “os níveis salariais são baixos” e que “o problema não se coloca só no ordenado mínimo”. “Uma das razões pelas quais começa a ser difícil haver aumentos muito significativos do salário mínimo é que está muito encostado ao salário mediano”, disse, remetendo a questão salarial para a concertação social. “Aquilo que nós propomos é que no início da próxima legislatura possa haver um acordo global na concertação social quanto ao conjunto da política de rendimentos”, frisou.
Respondendo ainda a um empresário, António Costa afirmou que, caso o PS não tenha condições para executar o programa, vai ter de o negociar. “Há quatro anos não houve condições para executar o programa que tínhamos e tivemos que negociar. Houve pontos que não eram propostas nossas e tivemos que assumir. Houve propostas nossas que não pudemos executar e tivemos que deixar cair”, disse ainda.
O presidente do PSD, Rui Rio, vai ser o próximo candidato às eleições legislativas que vai passar pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, a 10 de Setembro.