Sporting “mexeu” muito no último dia, mas João Félix foi mesmo a grande surpresa do mercado
O emblema de Alvalade foi dos mais activos antes da janela de transferências se fechar. Bruno Fernandes ficou, mas Raphinha saiu. Venda de Thierry Correia foi a maior novidade.
Na alvorada do século XXI, o Real Madrid chocou o mundo do futebol ao pulverizar os recordes de transferências até então. No defeso de 2000-01, retirou o português Luís Figo ao rival Barcelona por 60 milhões de euros. Um ano depois, elevou mais a fasquia com a contratação de Zinédine Zidane por impensáveis 77,5 milhões. Ganhava forma o primeiro "dream team” de Florentino Pérez. Mas a loucura no mercado de transferências estava apenas a começar e poucos antecipavam o que se seguiria. Esta temporada, o ranking de transferências foi liderado pelo ex-benfiquista João Félix, por quem o Atlético de Madrid pagou 126 milhões de euros.
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Na alvorada do século XXI, o Real Madrid chocou o mundo do futebol ao pulverizar os recordes de transferências até então. No defeso de 2000-01, retirou o português Luís Figo ao rival Barcelona por 60 milhões de euros. Um ano depois, elevou mais a fasquia com a contratação de Zinédine Zidane por impensáveis 77,5 milhões. Ganhava forma o primeiro "dream team” de Florentino Pérez. Mas a loucura no mercado de transferências estava apenas a começar e poucos antecipavam o que se seguiria. Esta temporada, o ranking de transferências foi liderado pelo ex-benfiquista João Félix, por quem o Atlético de Madrid pagou 126 milhões de euros.
O patamar estabelecido por Zidane levaria oito anos a ser superado. E seria novamente o Real Madrid a estilhaçar o registo anterior com a contratação de Cristiano Ronaldo (2009-10) por 94 milhões de euros. Quatro temporadas volvidas, Florentino Pérez voltaria a fazer estremecer os alicerces financeiros do futebol ao ultrapassar a barreira dos 100 milhões (101) com a chegada de Gareth Bale. A loucura prosseguiu até o PSG desembolsar 222 milhões para resgatar Neymar. Um número ao qual ninguém se aproximou até ao momento.
A grande estrela e surpresa deste mercado foi mesmo João Félix (a quarta maior transferência de sempre), com o francês Antoine Griezmann a ficar a seis milhões de distância. O pódio é encerrado pelo belga Eden Hazard, por quem o Real Madrid pagou 100 milhões.
O segundo português a figurar entre as grandes contratações deste Verão é João Cancelo (11.º no ranking), contratado pelo Manchester City por 65 milhões de euros, o que o torna no terceiro jogador nacional mais caro de sempre. Entre João Félix e Cancelo está o incontornável Cristiano Ronaldo, que gerou a segunda e terceiras maiores transferências de futebolistas portugueses: os já referidos 94 milhões de euros em 2009-10 e os 117 milhões pagos pela Juventus na época passada.
Benfica lidera em Portugal
À escala nacional, o Benfica foi o grande protagonista. Em termos de receitas, aos 126 milhões arrecadados pelo jovem João Félix, juntaram-se 38 milhões de Raúl Jiménez; 9,5 milhões de André Carrillo; sete milhões por Eduardo Salvio e outros tantos recebidos por Luka Jovic. Cinco transferências que resultaram numa receita recorde de 187,5 milhões de euros.
Com a bolsa recheada, os “encarnados” destacaram-se também no mercado nacional das contratações. No topo da lista surge Raúl de Tomás, por quem o Benfica pagou 20 milhões de euros, seguido de Carlos Vinícius (17M). Mais em conta foram os negócios internos, com Chiquinho (ex-Moreirense), por 3,75 milhões e Jhonder Cádiz (ex-Vitória de Setúbal), por três milhões. Custos totais: 43,75 milhões de euros.
Relevante foi também o ataque ao mercado do FC Porto. Para financiarem os seus muitos reforços, os “dragões” contaram com a transferência de Éder Militão para o Real Madrid, por 50 milhões (a 15.ª maior transferência deste Verão). Felipe (20M), Olíver Torres (12M), Galeno (3,5M) e José Sá (2,5M) foram as restantes vendas, num total de 88 milhões de euros.
Nas compras, Shoya Nakajima foi a nota mais sonante, tendo custado 12 milhões de euros. Chegaram ainda Mateus Uribe (9M), Zé Luís (8,5M), Agustín Marchesín (7,5M), Mamadou Loum (7,5M), Luis Díaz (7M), Renzo Saravia (5,5M) e Iván Marcano (3M). Contas feitas: 60 milhões de euros em reforços, o recorde em Portugal.
Sporting mexe no último dia
Mais comedido até ao último dia do mercado foi o Sporting. Depois de uma longa novela em redor da saída (gorada, à hora de fecho desta edição) de Bruno Fernandes, a grande estrela da equipa e elemento mais valioso do plantel, os “leões” conseguiram compor o seu orçamento com as transferências tardias de Raphinha (Rennes) e Thierry Correia (Valência), horas antes do encerramento desta janela de transferências. Renderam 33 milhões de euros (21M+12M).
Antes, os lisboetas já tinham cedido os passes de Bas Dost (9M), Jonathan Silva (3M), Domingos Duarte (3M) e Iuri Medeiros (2M). No saldo final, 50 milhões de euros de receita.
No capítulo das contratações, o francês Valentin Rosier foi o reforço mais caro, tendo custado oito milhões de euros. Chegaram ainda a Alvalade Luciano Vietto (7,5M), Rafael Camacho (5M) e Eduardo Henrique (3M): 23,5 milhões de euros.
O último dia do mercado trouxe outras novidades para os “leões” em matéria de aquisições, tendo sido garantidos os empréstimos de Fernando (Shakhtar Donetsk) e Jesé Rodríguez (PSG). Sem custos, já tinha também chegado o internacional português Luís Neto (Zenit).